“Chuck sentia-se explorado pela indústria musical”, diz Paul Masvidal sobre o líder do Death
Postado em 12/05/2025


Figura influente na evolução do Death Metal progressivo, Paul Masvidal revisitou momentos importantes de sua trajetória em entrevista ao canal Heavy Culture. Entre memórias da intensa colaboração com Chuck Schuldiner no icônico álbum “Human” (1991), do Death, e reflexões sobre perdas pessoais e espiritualidade, o guitarrista e vocalista do Cynic compartilhou um relato profundo, que entrelaça técnica, emoção e transformação de uma história que chega a quase quatro décadas no mundo da música pesada.

Masvidal, ao lado do baterista Sean Reinert (falecido em 2020), integrou o time de músicos convidados por Chuck Schuldiner para registrar “Human”, que se tornaria um marco na evolução do Death Metal. “Foi uma época incrível, de muita energia. Estávamos trabalhando com músicos que admirávamos e Chuck confiou plenamente em nós”, relembra. Essa confiança permitiu que Masvidal e Reinert contribuíssem de maneira decisiva nos arranjos e estruturas das músicas. “Reinventamos as músicas. Chuck trouxe as ideias e nos deu liberdade para dar uma nova forma àquelas composições. Isso foi muito especial”, destacou o guitarrista. Para ele, mais importante do que qualquer narrativa pessoal é a música que Schuldiner deixou como legado: “O que realmente importa é o que ele criou e como isso continua inspirando músicos no mundo inteiro”.

Indagado sobre o gênio possivelmente difícil de Schuldiner, o músico revelou: “Eu não tive essa experiência pessoalmente, mas sei que muitas pessoas disseram que ele era difícil de lidar nos negócios, certo? Porque ele… nos negócios, ele sentia que era muito explorado pela indústria da música. Isso criava uma postura bastante defensiva e, às vezes, o colocava em situações difíceis, tornando a convivência complicada. Mas, no geral, o Chuck era um cara amigável, que gostava de tocar Death Metal brutal e se divertir, sabe o que quero dizer? Ele era uma alma muito gentil. Acho que, como muitos de nós, ele tinha raiva dentro de si que nem sempre era bem administrada, e isso podia se manifestar de formas incomuns. Mas, como a maioria das pessoas, isso variava de acordo com a situação. Como músico, trabalhando com ele, na maior parte do tempo ele era tranquilo — não era tão difícil assim”.

O guitarrista falou também sobre sua participação nas gravações do álbum “On the Seventh Day God Created… Master” (1991), do Master. No bate-papo, refletiu sobre a gravação do álbum, pois segundo ele, tudo aconteceu de forma muito rápida, e ele precisou gravar suas partes quase sem tempo para refletir, mas avalia que “foi uma lição valiosa fazer um álbum assim tão rápido”.

Assista ao corte sobre o Master:

Durante a entrevista, Masvidal também falou sobre espiritualidade, meditação e a importância de manter uma perspectiva positiva diante das dificuldades. A fala se conecta com o que viria a ser um dos períodos mais dolorosos anos de sua trajetória. Em 2020, o Cynic sofreu dois golpes devastadores: a perda de Sean Reinert, baterista cofundador, e do baixista Sean Malone. Dois músicos que, além da competência artística, tinham laços profundos de amizade com Masvidal. “Foi a experiência mais difícil da minha vida. Foi a coisa mais difícil que eu já fiz, terminar um álbum sem os dois caras com quem eu estava por tanto tempo…”. Mesmo devastado, ele conseguiu reunir forças para concluir “Ascension Codes”, álbum que reflete não só a complexidade técnica pela qual o Cynic é conhecido, mas também uma profunda carga emocional. “Eu realmente percebi que, no final, eu terminei por eles. Eu terminei por meus irmãos caídos. E também por mim. Foi um momento de transformação na minha vida”.

Assista ao corte sobre as perdas de Reinert e Malone:

Assista ao bate-papo completo:

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