A década de 1990 foi, para alguns, uma época em que estava em alta a “morte do Heavy Metal”, em que o estilo havia sucumbido para o Grunge e depois para o Alterna Metal. Foi nesse período, entretanto, que houve o surgimento de um movimento inspirado no Metal tradicional e nos clichês da década anterior, com muito couro e rebites. Para muitos, e mesmo com outras bandas tendo debutado antes, foi o Hammerfall o grande responsável pela explosão do True Metal, onde a sonoridade baseava-se no Heavy Metal clássico com uma pegada de Speed Metal e arroubos épicos, mesclando influências de Accept, Iron Maiden, Warlord, Agent Steel, Stormwitch e tantas outras bandas.
Ao mesmo tempo em que o Hammerfall surgia na Suécia, os alemães do Sacred Steel já davam as caras, e ambos, em 1997, fizeram suas estreias, com “Glory to the Brave” e “Reborn in Steel”, angariando inúmeros seguidores pela Europa. Apostando basicamente na mesma estética, mas com sonoridades diferentes, abriram caminho para um movimento que fez escola até no Brasil. O que difere o Sacred Steel dos demais é sua sonoridade influenciada pelo Power Metal americano e Doom Metal, com o adendo da paixão do grupo por Death Metal, sentida nos vocais de Gerrit P. Mutz a partir do álbum anterior, “Bloodlust”, de 2000.
Produzido entre outubro e novembro de 2001 por Achim Köhler e lançado pela Massacre Records em fevereiro de 2002, “Slaughter Prophecy” vai um passo além nas influências extremas, com Gerrit usando e abusando dos vocais urrados ao mesmo tempo em que mantém suas linhas vocais tradicionais. Seu estilo de cantar único e marcante transforma músicas como “The Rites of Sacrifice”, “Raise the Metal Fist”, “Faces of the Antichrist”, “Crush the Holy, Save the Damned” e principalmente a própria faixa-título em verdadeiras pérolas metálicas, todas empolgantes e recheadas de riffs e solos memoráveis de Oliver Grosshans e Jörg M. Knittel e da cozinha maciça de Jens Sonnenberg (baixo) e Mathias Straub (bateria). O lado mais sombrio, com as praticamente Doom “Pagan Heart” e “Lay Me to My Grave” mostram a faceta mais lenta do álbum, que nos discos seguintes iria se tornar uma constante.
Na época de seu lançamento, a revista Roadie Crew, através do redator Ricardo Campos, deu nota 9 para o disco, uma prova de que “Slaughter Prophecy” merece ser relembrado pelo público brasileiro 21 anos depois. É uma pena que o álbum não esteja nas plataformas digitais, o que facilitaria que mais pessoas ouvissem esse clássico do Metal alemão.
Track list:
- The Immortal Curse (Instrumental)
- Slaughter Prophecy
- Sacred Bloody Steel
- The Rites of Sacrifice
- Raise the Metal Fist
- Pagan Heart
- Faces of the Antichrist
- Lay Me to My Grave
- Crush the Holy, Save the Damned
- Let the Witches Burn
- Invocation of the Nameless Ones
Assista “Slaughter Prophecy” ao vivo:
Maicon Leite atua como Assessor de Imprensa com a Wargods Press e é co-autor do livro Tá no Sangue!, e claro, editor do Arena Heavy!
Tags: Resenha • Sacred Steel • Speed Metal • Thrash Metal • True Metal
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