Resenha do álbum “Slaughter Prophecy”, do Sacred Steel
Postado em 17/08/2023


A década de 1990 foi, para alguns, uma época em que estava em alta a “morte do Heavy Metal”, em que o estilo havia sucumbido para o Grunge e depois para o Alterna Metal. Foi nesse período, entretanto, que houve o surgimento de um movimento inspirado no Metal tradicional e nos clichês da década anterior, com muito couro e rebites. Para muitos, e mesmo com outras bandas tendo debutado antes, foi o Hammerfall o grande responsável pela explosão do True Metal, onde a sonoridade baseava-se no Heavy Metal clássico com uma pegada de Speed Metal e arroubos épicos, mesclando influências de Accept, Iron Maiden, Warlord, Agent Steel, Stormwitch e tantas outras bandas.

Ao mesmo tempo em que o Hammerfall surgia na Suécia, os alemães do Sacred Steel já davam as caras, e ambos, em 1997, fizeram suas estreias, com Glory to the Brave” e Reborn in Steel”, angariando inúmeros seguidores pela Europa. Apostando basicamente na mesma estética, mas com sonoridades diferentes, abriram caminho para um movimento que fez escola até no Brasil. O que difere o Sacred Steel dos demais é sua sonoridade influenciada pelo Power Metal americano e Doom Metal, com o adendo da paixão do grupo por Death Metal, sentida nos vocais de Gerrit P. Mutz a partir do álbum anterior, Bloodlust”, de 2000.

Produzido entre outubro e novembro de 2001 por Achim Köhler e lançado pela Massacre Records em fevereiro de 2002, Slaughter Prophecy” vai um passo além nas influências extremas, com Gerrit usando e abusando dos vocais urrados ao mesmo tempo em que mantém suas linhas vocais tradicionais. Seu estilo de cantar único e marcante transforma músicas como The Rites of Sacrifice”, “Raise the Metal Fist”, “Faces of the Antichrist”, Crush the Holy, Save the Damned” e principalmente a própria faixa-título em verdadeiras pérolas metálicas, todas empolgantes e recheadas de riffs e solos memoráveis de Oliver Grosshans e Jörg M. Knittel e da cozinha maciça de Jens Sonnenberg (baixo) e Mathias Straub (bateria). O lado mais sombrio, com as praticamente Doom Pagan Heart” e Lay Me to My Grave” mostram a faceta mais lenta do álbum, que nos discos seguintes iria se tornar uma constante.

Na época de seu lançamento, a revista Roadie Crew, através do redator Ricardo Campos, deu nota 9 para o disco, uma prova de que Slaughter Prophecy” merece ser relembrado pelo público brasileiro 21 anos depois. É uma pena que o álbum não esteja nas plataformas digitais, o que facilitaria que mais pessoas ouvissem esse clássico do Metal alemão.

Track list:

  1. The Immortal Curse (Instrumental)
  2. Slaughter Prophecy
  3. Sacred Bloody Steel
  4. The Rites of Sacrifice
  5. Raise the Metal Fist
  6. Pagan Heart
  7. Faces of the Antichrist
  8. Lay Me to My Grave
  9. Crush the Holy, Save the Damned
  10. Let the Witches Burn
  11. Invocation of the Nameless Ones

 Assista “Slaughter Prophecy” ao vivo:

 
Categoria/Category: Destaque · Resenha de Discos
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