THEMALEFIK: O Black Metal brasileiro encontra refúgio na terra do sol nascente
Postado em 21/11/2025


– Cláudio, muito obrigado por atender a nossa equipe de redação da Arena Heavy. Tudo bem? Como estão as coisas por aí?

R: E aí, pessoal da Arena Heavy! Muito obrigado pelo convite, é sempre um prazer conversar com vocês. Tudo tranquilo por aqui! Estamos em plena atividade, trabalhando em novos materiais e planejando os próximos passos da banda. Aqui no Japão a cena está fervilhando, e a gente está aproveitando toda essa energia para criar e evoluir. Como estão as coisas por aí no Brasil?

– Como tem sido a recepção de ‘Covenant of Chaos’ até aqui? Fãs e imprensa têm recebido ele bem?

R: Cara, a recepção tem sido surpreendente, pra falar a verdade! A gente colocou muita energia e trabalho nesse material, e ver o retorno positivo tanto dos fãs quanto da imprensa especializada tem sido gratificante demais. Recebemos reviews muito boas de webzines e blogs de metal do mundo todo, e o feedback nas redes sociais tem sido intenso. O pessoal está curtindo bastante a pegada mais agressiva e técnica que a gente trouxe nesse trabalho. A imprensa destacou principalmente a produção e a maturidade das composições. Claro que sempre tem espaço pra melhorar, mas estamos muito satisfeitos com o resultado até agora.

– Vocês estão se apresentando para promover o material? Como tem sido esses shows?

R: Não, estamos! Fizemos um trabalho intenso aqui no Japão para gravar e promover o ‘Covenant of Chaos’, e a energia ao vivo de comparecimento em eventos de boca a boca tem sido insana. O público japonês é muito receptivo e intenso, o que torna cada caminho e preparo único. Estamos tocando o material novo na íntegra, intercalando com alguns clássicos nossos, e a galera tem respondido muito bem. A experiência de tocar essas músicas ao vivo tem sido incrível porque elas ganham uma dimensão diferente no palco. Estamos preparando o terreno e trazendo o mercado japonês para o ThemalefiK para depois conseguirmos agendas. Estamos também planejando expandir para outros países em breve, então fiquem ligados nas nossas redes sociais para as novidades!

– Nos shows ao vivo, você já consegue identificar quais músicas tem mais apelo do público? Caso consiga, a que você acha que se deve essa resposta positiva?

R: Com certeza! Tem algumas faixas que sempre arrancam uma reação mais intensa da galera. Como por exemplo ‘Reign of the Beast’, ‘Crucifixion Curse’ e a ‘Reign of the Beast’ são sempre as que fazem o pit explodir. Acho que isso se deve à energia bruta dessas músicas – elas têm riffs pesados, refrões marcantes e uma pegada que convida o público a se jogar. ‘Covenant of Chaos’ especialmente tem aquele breakdown devastador no meio que sempre faz a galera enlouquecer. Outra que surpreendeu foi ‘Reign of the Beast’, que é mais complexa, mas o pessoal tem dado um feedback positivo de todo o álbum, o que é muito gratificante. Acho que quando você coloca verdade e intensidade na música, o público sente e responde na mesma moeda.

– Como a banda funciona na hora de compor? Vocês são mais metódicos ou preferem uma boa jam session em estúdio?”

R: Nosso processo é bem híbrido, na verdade. A gente mescla os dois mundos. Geralmente alguém traz um riff ou uma ideia inicia, normalmente desde inicio da formação do ThemalefiK eu levo todo o esqueleto e composição do som para dentro do estúdio e a partir daí a gente desenvolve em conjunto. Às vezes fazemos jam sessions bem livres no estúdio de ensaio, e dessas sessões surgem ideias inesperadas que acabam virando músicas completas. Outras vezes, a gente é mais metódico: alguém programa uma base, trabalha a estrutura em casa e traz mais pronta para o resto da banda lapidar. O legal é que todo mundo contribui – cada integrante tem liberdade para sugerir mudanças e adicionar sua identidade. No ‘Covenant of Chaos’, por exemplo, tivemos músicas que nasceram de ambas as formas. Porem procurei trazer a essência da banda dos primeiros anos de formação da banda em 1993. O importante é manter a mente aberta e deixar a criatividade fluir naturalmente.

– A arte da capa é simplesmente do caralho! Como vocês chegaram até o conceito dela e o que ela representa para o material como um todo?

R: Valeu, cara! A gente ficou muito satisfeito com o resultado também. A arte foi criada pelo Baphomet – baterista, através de um esboço, estávamos resgatando as raízes do ThemalefiK da época da formação, além de ser um monstro na bateria é também um monstro no que faz e na criatividade. O conceito veio da própria temática lírica do álbum – a ideia de caos, destruição e renascimento. Queríamos algo que fosse visualmente impactante e que representasse essa dualidade entre ordem e caos que permeia todo o trabalho do ThemalefiK. A imagem A criatura demoníaca no centro representa o caos absoluto, a força primal que existe antes da ordem, antes da moralidade e antes das regras humanas. Seus olhos incandescentes e veias em brasa simbolizam energia caótica fluindo sem limites. Simboliza A figura gritando — com dentes expostos e expressão visceral — evoca a libertação da escuridão interior. É a personificação da fúria reprimida, da dor, da transgressão e da recusa em se curvar à autoridade religiosa, social ou espiritual. O fundo vermelho profundo, quase infernal, remete ao colapso de sistemas dogmáticos. Esse tom sanguíneo e denso representa um mundo em ruínas espirituais — exatamente o tipo de crítica presente nas letras da banda. O demônio pode simbolizar um avatar ou guardião do pacto (Covenant of Chaos). Ele é o mensageiro do acordo com o caos — a entidade que surge quando os laços com a ordem divina são rompidos. Trabalhamos bem próximos com o artista, passando referências e discutindo cada detalhe até chegar nesse resultado final. A capa é praticamente uma extensão visual das músicas – quando você olha pra ela e depois escuta o álbum, tudo faz sentido. É aquela coisa: a arte tem que conversar com a música, e acho que conseguimos isso muito bem nesse trabalho.”

– Estou ávido por mais material vindo de vocês! Existem planos para um novo lançamento ainda no próximo ano?

R: Que bom saber que você está ansioso, isso nos motiva demais! Olha, a gente nunca para, então sim, já estamos trabalhando em material novo. Ainda é cedo para cravar datas, mas a ideia é lançar algo no segundo semestre do próximo ano 2026. Já temos algumas músicas em estágio avançado de composição, e posso adiantar que vamos explorar territórios ainda mais pesados e experimentais. Queremos evoluir o som sem perder a essência que nos define de décadas. Talvez role um single ou um videoclipe antes disso, para ir aquecendo os motores. Mas fiquem ligados nas nossas redes sociais porque vamos ir soltando teasers e atualizações ao longo do caminho. A ideia é não deixar os fãs esperando muito tempo!

– Presumo que a banda também queira buscar o mercado brasileiro, já que está hoje radicada no Japão! Já existem planos e estratégias para chegarem lá?

R: Com certeza, cara! O Brasil está 100% nos nossos planos. Apesar de estarmos radicados no Japão, a conexão com a cena brasileira é muito forte – afinal, sou brasileiro e carrego isso comigo. O metal brasileiro tem uma energia única e um público extremamente apaixonado, já tocamos muito no Brasil e em São Paulo antes da saída da banda para o exterior, então seria um sonho poder tocar por aí outras vezes. Estamos trabalhando em algumas estratégias para penetrar no mercado brasileiro: parcerias com selos e distribuidoras, contatos com promoters para uma possível turnê, e também estamos de olho em festivais. A ideia é fazer acontecer em 2026, se tudo correr bem. Queremos fazer shows no Brasil, conhecer os fãs pessoalmente e sentir essa energia ao vivo. Além disso, estamos buscando colaborações com bandas brasileiras e aumentando nossa presença na mídia especializada daí. O Brasil é prioridade absoluta para nós!

– Ainda temos bastante tempo até fechar o ano, então, o que os fãs podem esperar como novidades vindas do grupo?

R: Temos bastante coisa no forno! Primeiro, vamos continuar com a divulgação do ‘Covenant of Chaos’ – temos algumas datas programadas que vamos anunciar em breve. Também estamos programando um videoclipe para [Reign of the Beast] ou [Forged in Hellfire], que deve sair logo e promete ser bem impactante visualmente. Além disso, estamos fechando e buscando algumas colaborações e selos no Japão, Europa e Estados Unidos para o ‘Covenant of Chaos’ que ainda não posso revelar, mas que vão surpreender. Talvez role um algum material bônus para os fãs mais dedicados, material de 1993 até 1997. E, claro, vamos continuar ativos nas redes sociais, compartilhando bastidores, making-ofs e interagindo com a galera. A ideia é fechar o ano com chave de ouro e já preparar o terreno para 2026, que promete ser ainda mais intenso!

– Agora é com você, meu amigo! Aqui é o espaço das considerações finais…

R: Primeiramente, quero agradecer mais uma vez à Arena Heavy pela oportunidade de conversar com vocês e com os leitores. É sempre massa poder compartilhar um pouco do nosso trabalho e da nossa paixão pelo metal. Quero deixar um salve gigante para todos os fãs que têm apoiado o Themalefik desde o início de 1993 e como todos sabem, sempre fomos independentes – vocês são a razão de continuarmos fazendo isso. Sem o apoio de vocês, nada disso seria possível. Para quem ainda não conhece nosso som, dá uma conferida no ‘Covenant of Chaos’ nas plataformas digitais e vem com a gente nessa jornada. Sigam a gente no Instagram, Facebook e YouTube para ficarem por dentro de todas as novidades. E para a galera do Brasil: Faço votos que ainda no primeiro semestre de 2026 os nossos álbuns estejam disponíveis nas destruidoras e lojas do Brasil, estamos chegando! Aguardem que em breve vamos estar aí fazendo barulho e quebrando tudo junto com vocês. Muito obrigado, e que o metal nunca morra! \m/

 
Categoria/Category: Entrevistas

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