“Uma avalanche metálica de proporções épicas!”. Não há outra maneira de definir “Excalibur”, o último disco da trilogia sobre a Idade Média criada pelo Grave Digger, e talvez o melhor de todos os álbuns, mostrando claramente a inspiração que rondava a banda na época. Claro que “Tunes of War” e “Knights of the Cross” são igualmente matadores, mas este é especial, principalmente pela temática abordada: a lenda do Rei Arthur. Como sou absolutamente fanático por este assunto, fiquei fascinado com o disco, que pela capa e contracapa (desenhadas por Markus Mayer) já revelam todo o seu conteúdo, uma verdadeira aula sobre o assunto. Para abrilhantar ainda mais o disco a banda usou instrumentos musicais medievais verdadeiros na gravação, tocados por integrantes da banda alemã Subway To Sally (instrumentos como oboé barroco, gaita de foles, charamela e drehleier (instrumento de sopro)). E nos vocais de apoio estão nomes conhecidos como Hansi Kursch (Blind Guardian) e Piet Sielck (Iron Savior).
Muito pode ser dito sobre o álbum. A introdução épica “The Secrets Of Merlin” já deixa o ouvinte preparado e viajando na temática do álbum. A narração diz: “O tempo antes do reinado de Arthur foi marcado pelo ódio, guerra, traição, assassinato e ganância. Mas então um homem apareceu que conseguia fazer coisas maravilhosas, e a partir desse momento Merlin, o Mágico, tornou-se a força motriz por trás do destino da Grã-Bretanha”. Riffs cortantes abrem “Pendragon”, que é um dos grandes destaques, com sua velocidade acelerada e o vocal agressivo de Chris Boltendahl. A palavra “Pendragon” é uma junção de “Pentagram” e “Dragon”, e fala basicamente da união do rei Uther Pendragon e Igraine, os pais de Arthur, e do modo como o mago Merlin os ligou. “Excalibur” é mais cadenciada, tendo sempre a poderosa voz de Chris comandando a massa metálica. Os vocais de apoio nesta música ficaram magníficos, especialmente no refrão, e o solo de Uwe é muito empolgante (não dá pra negar que o cara tem uma pegada única).
Combinando perfeitamente as partes Metal com os elementos épicos – deixando o som único e cativante – “The Round Table (Forever)” é para deixar qualquer um arrepiado, sobretudo no grudento refrão: “Together we stand, Steel in our hands, Fighting forever, Forever we stand… Forever we fight, Side by side, Forever we stand, Forever we fight…”. Com um clima mais acústico começa “Morgane Le Fay”, que fala da irmã de Arthur e se você gosta de riffs desencadeados em profusão, esta é a música! Uwe estava muito inspirado, e é uma pena que ele tenha deixado a banda após este álbum. Já “The Spell” é mais calma, contrastando com a agressiva “Tristan’s Fate”. E assim o álbum segue até o fim, com o bônus track “Parcival”, e sua eterna busca pelo Santo Graal.
Novamente com Chris e Uwe no comando da produção, “Excalibur” marca o final de uma produtiva fase e a própria parceria entre a dupla, com Uwe criando o Rebellion em companhia do baixista Tomi Göttlich, que já havia saído da banda em “Tunes of War”. Se alguém disse que os anos 90 foram fracos em termos de Heavy Metal, falhou em não avisar o Grave Digger e dezenas de outras bandas, afinal, buscar referências apenas em Metallica e Iron Maiden não é parâmetro para nada. “Excalibur” é uma experiência musical única que combina diversos elementos diferentes para contar uma história atemporal.
Curiosidades:
Todos os músicos e convidados adotaram nomes dos personagens da lenda, como veremos a seguir, bem como o nome do estúdio virou “Camelot”:
Stefan Arnold – Sir Stefan “Gawain” Arnold
Jens Becker – Sir Jens “Tristan” Becker
Chris Boltendahl – Sir Chris “Parcival” Boltendahl
Uwe Lulis – Sir Uwe “Lancelot” Lulis
H.P. Katzenburg – Sir Hans Peter “Irec” Katzenburg
Eric Fish (Subway to Sally) – Eric “Balan” Fish
Michael Bodenski (Subway to Sally) – Michael “Balin” Bodenski
Piet Sielck (Iron Savior) – Piet “Merlin” Sielck
Hacky Hackman – Hacky “Vortigern” Hackman
Tracklist
01 – The Secrets of Merlin 02:38
02 – Pendragon 04:20
03 – Excalibur 04:45
04 – The Round Table (Forever) 05:10
05 – Morgane Le Fay 05:16
06 – The Spell 04:38
07 – Tristan’s Fate 03:38
08 – Lancelot 04:45
09 – Mordred’s Song 04:00
10 – The Final War 04:02
11 – Emerald Eyes 04:04
12 – Avalon 05:49
13 – Parcival 04:58
Tempo total: 58:03
Formação:
Stefan Arnold – Bateria
Jens Becker – Baixo
Chris Boltendahl – Vocal
Uwe Lulis – Guitarra
H.P. Katzenburg – Teclado
Assista ao vídeo de “Excalibur”:
Ouça o álbum do Spotify:
Maicon Leite atua como Assessor de Imprensa com a Wargods Press e é co-autor do livro Tá no Sangue!, e claro, editor do Arena Heavy!
Tags: Álbum • CD • Excalibur • Grave Digger • Heavy Metal • King Arthur • Medieval • Power Metal • Rei Arthur • Resenha
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