Resenha do álbum “A Prellude to the Endless”, do Insidious Nature
Postado em 24/10/2023


O cenário Death Metal brasileiro é muito rico e empolgante, seja naquela vibe mais old school ou na sonoridade que o Insidious Nature se propôs a fazer, o famigerado Technical Death Metal. E jogar neste último time requer muito mais do que paixão por som extremo, mas também técnica e virtuosidade, elementos que o Insidious Nature tem de sobra. Entretanto, abraçar este subgênero requer uma boa dose de bom senso em não ultrapassar os limites do que pode ser considerado boa música ou simplesmente um emaranhando de notas tocadas à velocidade da luz sem um mínimo de feeling. Nesse sentindo, o Insidious Nature felizmente não peca.

Interessante citar também de onde a banda vem. Lar de excelentes bandas, São Luís, capital do Maranhão, é pródiga em revelar verdadeiras pérolas do Heavy ao Death Metal, passando pelo Thrash e Hardcore. Nomes como JackDevil, Tanatron, Mortos, Brutalian, Alchimist, Deep Hatred, Basttardz, Torturizer, Cranium Crushing e muitas outras provam a qualidade daquelas terras.

Composto de seis faixas, este primeiro trabalho do Insidious Nature evoca o que há de melhor no Tech Death Metal, com riffs e solos complicadíssimos em profusão, uma cozinha intrincada e segura e vocais guturais e gritados de um nível absurdo. Mas não para por aí. As influências de Heavy Metal são notórias, tornando as melodias complexas dos guitarristas Rogers Rocha e André Urbano um dos grandes destaques. Há momentos em que o ouvinte pode pensar estar ouvindo uma banda de Heavy Metal. Outro item fundamental numa banda do estilo é a técnica do baixo, aqui elevada por Lucas Abreu a um patamar de altíssima qualidade, acompanhado é claro das batidas e viradas insanas de Lucas Mano.

A faixa de abertura, Beware”, já deixa bem clara a proposta da banda, mesclando de forma heterogênea todos os elementos citados acima, sobretudo os fantásticos arranjos de cordas. “Endless” traz ainda a participação da vocalista Selv Lopes, dos conterrâneos do Deep Hatred e influências do único Control Denied, projeto do saudoso Chuck Schuldiner que presenteou o mundo com o magnifico “The Fragile Art of Existence”. Das seis faixas, destaca-se a intrigante “Hannya”, que conta com a participação de Mey Sales na confecção da letra e nos vocais limpos, criando um contraste interessante com o gutural de Pitter Cutrim.

A versatilidade do Insidious Nature e a facilidade em compor músicas de qualidade engrandecem o álbum a cada audição, fugindo do tormento que é ouvir algumas bandas de proposta similar, quando as músicas parecem uma trilha sonora daqueles jogos de vídeo game antigos, em 8 bits. Com “A Prellude to the Endless” o Insidious Nature tira o estigma que o estilo tem de não possuir feeling ou de soar mecânico demais. Ouça e comprove.

Track list:

1 – Beware
2 – Hannya
3 – Endless
4 – Diseased
5 – Uncovered
6 – Doomed Epilogue

Integrantes:

Pitter Cutrim (vocal)
Rogers Rocha (guitarra)
André Urbano (guitarra)
Lucas Mano (bateria)

Ouça “A Prelude to the Endless” no Spotify:

Assista ao clipe de “Doomed Epilogue”:

 

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