Em uma entrevista recente ao Rockum TV, o lendário baterista Gene Hoglan compartilhou seus pensamentos sobre sua participação no projeto Death To All (DTA), criado para celebrar a vida e a música do saudoso Chuck Schuldiner, fundador do Death. A formação atual do DTA conta com Hoglan (também do Dark Angel e Dethklok) na bateria, Steve DiGiorgio (Testament, Control Denied, Sadus) no baixo, Bobby Koelble na guitarra, e Max Phelps (Cynic) assumindo os vocais e a segunda guitarra.
Ao ser questionado sobre a importância pessoal de manter o legado de Schuldiner vivo através do DTA, Hoglan refletiu: “Chuck era nosso amigo, nosso irmão do metal. Ele foi levado cedo demais. Quero dizer, ele tinha 34 anos quando nos deixou. Agora, alguns de nós já temos 56, e isso é jovem demais para ser tirado do mundo. Chuck se foi, e com isso, essencialmente, sua capacidade de criar novas músicas também. Ele estava se desgastando antes de partir, então o fato de podermos manter seu legado musical vivo, tocar as músicas do Death para o público… ouvimos isso o tempo todo. Alguns fãs na nossa faixa etária dizem: ‘Vi o Death nos velhos tempos, minha banda favorita. Achei que nunca mais teria a chance de vê-los. Obrigado por fazerem isso.’
Hoglan também destacou a recepção de uma nova geração de fãs: “Além disso, temos uma legião de jovens fãs que nunca tiveram a oportunidade de ver o Death ao vivo. Esses jovens vêm aos shows com a mesma paixão e energia, e isso é incrivelmente gratificante para nós. É incrível ver como a música de Chuck ainda ressoa, mesmo décadas depois de sua partida.”
“Estamos muito felizes por celebrar o DEATH, a música do DEATH. Quão incrível é isso?”
Gene enfatizou a importância de tocar o material do Death com fidelidade e respeito: “A capacidade de tocar todo o material é importante para nós. Queremos apresentar a música exatamente como Chuck a compôs e compartilhá-la com o mundo da maneira mais autêntica possível. Ele era um visionário, um pioneiro, e é nossa missão honrar isso em cada apresentação.”
Chuck Schuldiner, considerado o “pai do death metal”, fundou o Death em 1983, moldando o gênero com álbuns como “Leprosy”, “Human” e “Symbolic”. Sua abordagem técnica e emocional à música deixou um impacto profundo na cena metal, influenciando gerações de músicos e fãs.
Hoglan destacou o papel do DTA em conectar jovens fãs ao trabalho pioneiro do DEATH: “O futuro do death metal, o futuro do DEATH ou do DEATH TO ALL está em boas mãos porque há tantos jovens que nos dizem: ‘Eu não estava por aí quando o DEATH fazia seu trabalho, mas sou um grande fã agora. Descobri a banda por algum álbum e o fato de poder assistir a vocês é a próxima melhor coisa.'”
A recente turnê do DTA, intitulada “The Scream Of Perseverance”, apresentou um formato único com apresentações em duas noites consecutivas em várias cidades. A primeira noite era dedicada à era mais brutal do DEATH, com a execução completa de “Scream Bloody Gore”, além de clássicos de “Leprosy” e “Spiritual Healing”. Já a segunda noite explorava a evolução técnica e melódica da banda, apresentando na íntegra “The Sound Of Perseverance” e clássicos de “Human”, “Individual Thought Patterns” e “Symbolic”.
Para Hoglan, esse formato é essencial: “É importante para nós honrar toda a música de Chuck, todo o catálogo. Não faria sentido nos concentrarmos apenas nos álbuns em que tocamos, como ‘Human’ ou ‘Symbolic’. Isso seria um desserviço à obra como um todo.”
Um momento marcante da entrevista foi quando Hoglan compartilhou as palavras do sobrinho de Chuck, Christopher Steele, que destacou a influência dos membros do DEATH no legado da banda: “Chris me disse: ‘Isso também é parte do legado de vocês. Vocês foram muito importantes para o DEATH ser o que foi e o que é.’ Isso realmente me tocou, porque nunca tinha pensado assim. E isso nos faz lembrar da nossa própria contribuição para a música do DEATH.”
Gene também refletiu sobre sua abordagem criativa enquanto trabalhava com Chuck: “Em ‘Individual Thought Patterns’, eu estava tentando criar batidas de bateria que nunca haviam sido ouvidas antes. Minha ideia era deixar meu impacto no mundo da bateria, do metal, do death metal e da música em geral. E Chuck sempre dizia: ‘Pode mandar, eu consigo tocar meus riffs sobre qualquer coisa que você fizer.’ Isso era muito especial.”
Desde a morte de Chuck Schuldiner em 13 de dezembro de 2001, seu trabalho tem sido meticulosamente preservado. A Relapse Records liderou uma campanha de reedições dos álbuns do DEATH, além de lançar o primeiro livro oficial de tablaturas da banda, com 21 músicas clássicas transcritas para guitarra, incluindo notação tradicional e tablaturas.
Com o DEATH TO ALL, o legado de Schuldiner continua vivo, inspirando fãs antigos e novos, enquanto celebra uma das obras mais influentes do death metal. Como Hoglan colocou:
“Estamos muito felizes por celebrar o DEATH, a música do DEATH. Quão incrível é isso?”
Maicon Leite atua como Assessor de Imprensa com a Wargods Press e é co-autor do livro Tá no Sangue!, e claro, editor do Arena Heavy!
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