Com a provocante promessa de uma “última chance de viver toda a potência do metal com o Angra na turnê “Temple of Shadows 20 anos”, a banda comemora duas décadas de um dos álbuns mais marcantes e ambiciosos de sua história, antes de dar uma pausa em sua trajetória.
Lançado como o quinto álbum de estúdio do Angra, “Temple of Shadows” é uma obra que mescla heavy metal, música erudita e ritmos brasileiros de forma singular. Muitos descrevem o disco como dividido em duas partes distintas: a primeira, mais energética e inspirada no power metal europeu, enquanto a segunda apresenta um ritmo mais cadenciado e progressivo, com elementos brasileiros e arranjos sofisticados. Essa dualidade reflete a criatividade e ousadia da formação da banda naquele período, que explorou novos horizontes sem medo de arriscar, após o sucesso de “Rebirth”, que foi a estreia da segunda formação clássica do grupo.
Antes da apresentação principal, o evento enfrentou desafios técnicos que deixaram luzes e telão inoperantes por alguns minutos, gerando certa insatisfação no público. No entanto, os problemas foram resolvidos rapidamente, permitindo que a banda Mortticia subisse ao palco para aquecer os ânimos.
Na estrada desde 2010, a Mortticia traz um heavy metal tradicional com melodias marcantes. Durante o show, a banda apresentou faixas do EP “A Light in the Black” (2020) e novos singles que destacam uma sonoridade mais veloz e progressiva. Apesar de algumas dificuldades técnicas que prejudicaram a qualidade do som, o grupo conseguiu mostrar seu talento. Para quem deseja conhecer melhor o trabalho da banda, vale a pena conferir suas músicas nas plataformas de streaming.
Quando o Angra entrou em cena, a noite começou com “Faithless Sanctuary”, do álbum mais recente, “Cycles of Pain”. A faixa, que combina velocidade e elementos progressivos com influências brasileiras, abriu o show com energia. Em seguida, vieram “Acid Rain” (do álbum “Rebirth”) e “Tide of Changes” (“Cycles of Pain”), preparando o público para a execução completa e na íntegra do icônico “Temple of Shadows”.
Seguindo a ordem original do álbum, Fabio Lione (voz), Rafael Bittencourt e Marcelo Barbosa (guitarras), Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria) entregaram versões fiéis aos arranjos originais, mas com a identidade atual da banda. Sem buscar imitar antigos integrantes ou soar mecânicos, o Angra trouxe uma experiência renovada, algo muito apreciado pelos fãs de metal em shows desse nível.
Entre os momentos mais marcantes da noite, “Vida Seca” foi interpretada por Rafael Bittencourt, que assumiu os vocais na primeira parte, originalmente cantada por Lenine. Na sequência, clássicos como “Make Believe” (com direito a imagens do videoclipe no telão), “Rebirth” e o medley de “Carry On” e “Nova Era” trouxeram à tona o equilíbrio perfeito entre nostalgia e a essência contemporânea da banda.
Embora o público aguardasse um cover de “Innuendo”, do Queen, que parece ter sido retirado do setlist, o encerramento veio com “Gate XIII”, faixa orquestral que resume as principais melodias de todo o álbum, encerrando a noite com grandeza.
Vida longa à banda e que os integrantes tenham um merecido descanso!
Setlist:
“Faithless Sanctuary”
“Acid Rain”
“Tide of Changes – Part I”
“Tide of Changes – Part II”
“Deus le Volt! @Tape”
“Spread Your Fire”
“Angels and Demons”
“Waiting Silence”
“Wishing Well”
“The Temple of Hate”
“The Shadow Hunter”
“No Pain for the Dead”
“Winds of Destination”
“Sprouts of Time”
“Morning Star”
“Late Redemption”
“Make Believe”
“Vida Seca”
“Rebirth”
“Unfinished Allegro”
“Carry On”
“Nova Era”
“Gate XIII”
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