O álbum “All My Life”, lançado pelo Viper em 2007, marcou um dos retornos mais aclamados do Metal brasileiro. Após anos de espera, o disco provou que a banda ainda tinha muita criatividade e energia a oferecer. Este trabalho trouxe o Viper de volta ao centro do cenário nacional do Metal melódico, com uma sonoridade que resgata a essência dos seus clássicos e, ao mesmo tempo, trazendo uma banda atualizada. Na época, “All My Life” obteve ótima resposta da imprensa e do público, conquistando tanto os fãs mais antigos quanto um público novo, e até superando lançamentos contemporâneos de bandas como Shaman e Angra, com quem compartilha a mesma base de admiradores e influências e cujas histórias estão interligadas.

Ao ouvir “All My Life”, é impossível não notar a presença vocal de Ricardo Bocci, cuja voz remete imediatamente ao saudoso e icônico André Matos. Este trabalho marcou a retomada do Viper ao Metal melódico, afastando-se das experiências passadas e do álbum “Tem pra Todo Mundo”, onde a banda explorou um som mais voltado ao Rock brasileiro, incluindo um cover da Legião Urbana. “All My Life” relembra a fase áurea de “Theatre of Fate” e até traz um pouco da pegada do “Evolution”, dois álbuns que consolidaram a banda como um dos maiores nomes do Metal brasileiro. Aliás, vale citar algumas palavras sobre “Tem pra Todo Mundo”: embora sua sonoridade fuja 100% daquela que os consagraram, é um ótimo disco, com músicas acima da média.

Um dos destaques de “All My Life” é a emocionante participação de André Matos na faixa “Love is All”. Esta canção, que começa de forma acústica e se transforma em um Power Metal acelerado, mostra o quanto o Viper domina o estilo que o tornou conhecido. O toque de Matos, que se encaixa perfeitamente na melodia, enriqueceu a música, tornando-a um dos pontos altos do álbum. Além disso, o álbum traz a participação especial do guitarrista Yves Passarell, solando em “Violet”. Tendo saído do Viper em 2001 para se dedicar ao Capital Inicial, o músico realizou participações especiais ao longo dos anos, matando as saudades dos fãs pela formação clássica.

O álbum também resgata a energia e velocidade características do Power Metal, com faixas como “All My Life”, repleta de solos intensos e arranjos bem construídos. “Come on Come on” é outra faixa que remete à sonoridade do “Evolution”, especialmente no refrão, criando uma nostalgia para os fãs de longa data e consolidando a força da banda em seu retorno ao gênero.

“All My Life” foi o penúltimo álbum de estúdio gravado pelo baixista Pit Passarell, falecido recentemente.