UGANGA: E O CROSSOVER BRASILEIRO CONTINUA INDO MUITO BEM, OBRIGADO!
Postado em 18/09/2025


– Manu, muito obrigado por atender a nossa equipe de redação da Arena Heavy. Tudo bem? Como estão as coisas por aí?

Manu Joker: Fala pessoal, tudo na paz? Por aqui tudo tranquilo no cerrado mineiro, banda numa fase nova, “Ganeshu” nasceu e agora é levar esse trampo pro maior número possível de pessoas. Estamos animados.

– Como tem sido a recepção de “Ganeshu” até aqui? Fãs e imprensa têm recebido ele bem?

Manu: Sim, a recepção até agora tem sido excelente, tanto em resenhas quanto em relação ao público nas apresentações da “Ganeshu Tour”. Os sons novos tem feito bonito no set list, galera cantando junto, comprando merch, estamos muito felizes. Porém não surpresos. Trabalhamos duro, somos nossos maiores críticos e acreditamos de verdade que lançamos nosso trabalho mais forte em 33 anos de UG. Sei que geral gosta de falar isso sobre o novo álbum mas eu realmente acredito no que estou falando aqui.

– Vocês estão se apresentando para promover o material? Como tem sido esses shows?

Manu: Acredito que já fizemos mais de 20 shows da nova tour, fomos pro sul duas vezes, tocamos em SP com o Sujêra, em BH com Gangrena Gasosa e The Casualties (EUA), rodamos legal pelo sudeste, a vibe tem sido animal cara. O UG estava com fome de palco, a nova formação chegou pra honrar as anteriores e levar a banda para um outro nível. Parece que as pessoas que vão nos assistir tem percebido isso. O que posso dizer é que só estamos começando.

– Nos shows ao vivo, você já consegue identificar quais músicas tem mais apelo do público? Caso consiga, a que você acha que se deve essa resposta positiva?

Manu: Nós ainda não tocamos o álbum todo ao vivo, espero que a gente possa fazê-lo, na ordem, em algum momento. “Ganeshu” ouvido na íntegra e na ordem correta conta uma história. É uma história de pouco mais de 20 minutos, papo reto, e aberta a interpretações diferentes. Temos tocado “Tem Fogo!”, “A Profecia” e “Exu Não Passa Pano”, e todas tem funcionado bastante nos palcos.

– Como a banda funciona na hora de compor? Vocês são mais metódicos ou preferem uma boa jam session em estúdio?

Manu: Acredito que somos mais metódicos (risos). Curtimos uma jam, sempre sai algo nesse formato nos nossos álbuns, mas eu diria que em torno de 80% do nosso material vem por metodologia. Uma metodologia livre, democrática, porém com certos padrões. Desde o primeiro álbum eu escrevo as letras, eventualmente com colaborações de algum outro integrante ou de um convidado, mas é uma parte que eu assumo e acredito que tem funcionado. Musicalmente todos contribuem, vamos salvando material e quando começamos a pré produção do álbum eu me debruço sobre as ideias de todos e faço as vezes de produtor organizando o processo de composição. Antes a gente trabalhava em várias coisas ao mesmo tempo, mas desde o “Libre!” (2022) optamos por pegar uma faixa por vez e vamos até fechar 100% o instrumental. Só então passamos pra próxima música. As letras eu vou escrevendo em paralelo mas prefiro trabalhar essa parte com o instrumental já pronto. Quando temos tudo composto apresentamos pro Gustavo Vazquez (Rocklab) que divide a produção dos álbuns comigo, e aí vamos pro estúdio. Eu acho que seguiremos dessa maneira no próximo trabalho mas isso não quer dizer que funcione pra todo mundo (risos).

– A arte da capa é simplesmente do caralho! Como vocês chegaram até o conceito dela e o que ela representa para o material como um todo?

Manu: Eu amo essa capa cara. Trabalhei o conceito com meu irmão Artur Fontenelle da Deadmouse Design (Piauí) e o cara fez um trabalho absurdamente foda. A ideia era algo simples, em preto, vermelho e branco e focado na junção de duas entidades tidas como malditas, diria até demonizadas por muitas pessoas desinformadas. Falo de Exu e Ganesha, África e Índia, dois universos que estão gravitando na lírica do UG desde nosso debut, que já tinha o sugestivo título de “Atitude Lótus”. Escolhemos o gato preto, o tridente/garfo e a flor de lótus pra criar essa referência. Somos uma banda do triângulo mineiro, estamos nas entranhas do Brasil profundo, somos bastante influenciados pelas coisas daqui, mas outras culturas também refletem no nosso trabalho, desde o início. Exu e Ganesha, duas entidades que representam cada uma a sua maneira, coisas similares, são os mensageiros, os malditos. Essas duas figuras são o fio condutor desse trabalho e a partir disso vem uma entidade fictícia que funde esses dois mundos tão distantes e similares, Ganeshu. No Uganga nós fazemos o mesmo com nossa música e lírica, que é uma fusão das nossas raízes com outras culturas, o nosso tipo de crossover .

– Estou ávido por mais material vindo de vocês! Existem planos para um novo lançamento ainda no próximo ano?

Manu: Não sei se no próximo ano já, pode ser, mas posso dizer que não vai demorar muito mais que isso. Acredito que até 2027 teremos um novo trabalho lançado, o primeiro com essa formação. Também estou ansioso por isso mas tudo na hora certa.

– Presumo que a banda também queira buscar o mercado internacional! Já existem planos e estratégias para chegarem lá?

Manu: Estamos falando muito sobre isso, já fomos pra Europa por duas vezes, temos álbuns lançados por lá, um disco ao vivo gravado na Alemanha, uma base de pessoas que nos apoiam e está na hora de voltar. Era pra ter acontecido em 2020 mas todos sabemos o que ocorreu, espero que isso aconteça em 2026.

– Ainda temos bastante tempo até fechar o ano, então, o que os fãs podem esperar como novidades vindas do grupo?

Manu: Cara tem muita coisa boa rolando. Temos um clipe, o terceiro de “Ganeshu”, para sair ainda esse mês. Vamos lançar um documentário sobre a nova fase da banda e tudo o que vivemos de 2023 pra cá, foi muita coisa loca! A tour segue a toda, temos várias datas fechadas, inclusive um festival foda com o RDP, merch novo na nossa loja e mais datas pra anunciar em breve. Estamos metendo marcha cara! Como eu disse é só o começo, temos muito trabalho pela frente.

– Agora é com você, meu amigo! Aqui é o espaço das considerações finais…

Manu: Obrigado pelo interesse de vocês pelo nosso trabalho, convido geral pra nós seguir nas plataformas digitais, sempre tem muita coisa nova no nosso Instagram e canal do YouTube e espero encontrar todo mundo na estrada. Salve!

 
Categoria/Category: Entrevistas

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