Suidakra mergulha no lado sombrio da mitologia celta em “Book of Dowth”
Postado em 30/12/2024


Hoje com três décadas de estrada, os alemães do Suidakra sempre surpreenderam com discos inspirados. “Book of Dowth”, lançado em 2011, conseguiu superar seu antecessor, “Crógacht”, de 2009. O referido álbum já vinha de uma ótima seqüência com seu antecessor, “Caledonia”, trazendo de volta algo que haviam perdido no experimental “Command to Charge”, ainda que este possuísse muitas qualidades, não representava o Suidakra como deveria, em especial o lado mais épico. “Book of Dowth” pode ser considerado o sucessor direto do clássico “Emprise of Avalon”, talvez o álbum mais aclamado dos caras até então. E é através de seu potente Death Melódico, acrescido de elementos Folk, que o Suidakra versa suas histórias fantásticas e sempre envolventes, desta vez falando sobre o lado obscuro da cultura celta, representado através de seres demoníacos conhecidos como “Formor”.

A combinação característica de Death Metal Melódico com elementos Folk do Suidakra brilha intensamente em “Book of Dowth”. O disco explora temas do lado obscuro da mitologia celta, especificamente os Formor, seres demoníacos que trazem uma aura sombria à narrativa. Desde a intro “Over Nine Waves”, com suas emotivas gaitas de foles, o álbum conduz o ouvinte por uma viagem envolvente. Em seguida, “Dowth 2059” explode com a assinatura sonora da banda, demonstrando a evolução constante ao longo de seus álbuns.

Faixas como “Battle-Cairns”, com seu foco no peso e agressividade, contrastam de maneira eficaz com “Mag Mell”, totalmente imersa na sonoridade Folk. Um dos grandes destaques é “Biróg’s Oath”, que traz uma vocalista convidada em uma performance emocionante, equilibrando perfeitamente a delicadeza do Folk com a intensidade do Metal. Outro momento de destaque é “Stone of the Seven Suns”, cuja introdução belamente arranjada e refrão marcante reafirmam a capacidade do Suidakra em criar músicas memoráveis.

Não podemos deixar de mencionar a colaboração de Kris Verwimp, que não apenas criou mais uma capa magnífica, mas também contribuiu com as letras e o conceito lírico do disco, reafirmando seu papel no universo da banda. Além do tracklist principal, o álbum inclui duas faixas bônus (“Rise of Taliesin” e “When Eternity Echoes”), bem como o videoclipe de “Dowth 2059”, enriquecendo ainda mais essa experiência musical.

Na imprensa especializada, o álbum recebeu diversos comentários positivos. Segundo a Last Rites, o álbum mantém o estilo característico da banda, com uma produção bem elaborada que exalta o equilíbrio entre elementos pesados e melódicos. No entanto, a análise sugere que o trabalho pode soar um pouco repetitivo em comparação aos lançamentos anteriores, levantando a possibilidade de estagnação criativa no momento. Já a Hollywood Metal elogia a diversidade sonora presente no disco, destacando faixas como “Mag Mell” e “Biróg’s Oath” como exemplos brilhantes da habilidade do Suidakra em fundir extremos do Metal com a delicadeza do folclore celta. Essa capacidade de unir estilos contrastantes também foi ressaltada na resenha do Angry Metal Guy, que considerou o disco diversificado, interessante e fiel à identidade da banda, sem se tornar repetitivo.

No Metal Archives, Book of Dowth é descrito como um excelente exemplo de como o Folk/Death Metal deve soar. A análise exalta a alternância entre passagens rápidas e agressivas e momentos acústicos mais suaves, um equilíbrio que mantém o ouvinte imerso na narrativa sombria do álbum. Para a Reflections of Darkness, o disco apresenta uma fusão eficaz de Black Metal com elementos Viking e Folk. A publicação destaca faixas como “Over Nine Waves” e “Dowth 2059” como evidências da habilidade do Suidakra em criar atmosferas diversas dentro de um único trabalho, ampliando os limites do gênero.

 
Categoria/Category: Destaque · Resenha de Discos
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