Na emocionante noite da última quinta-feira, 21 de março, em Porto Alegre, o Sepultura brindou seu público gaúcho em uma despedida memorável. No final do ano anterior, a banda anunciou em uma coletiva de imprensa que encerraria suas atividades em 2025, marcando 40 anos de carreira. O início da despedida foi marcado por uma turnê mundial, que teve início no Brasil, com um show emblemático em Belo Horizonte em 1º de março, abrangendo cidades significativas em sua trajetória, como Porto Alegre.
Foto por Marcos L Magalhães
Com uma performance que transcendeu a mera nostalgia, o quarteto tomou o emblemático Auditório Araújo Vianna, completamente lotado, entregando uma setlist cuidadosamente selecionada. Desde os clássicos dos áureos tempos de “Chaos A.D.” e “Roots” até as nuances mais experimentais de “Quadra”, cada música ecoava a jornada extraordinária da banda. Desde seu começo modesto até se tornarem titãs globais do metal, vendendo mais de 20 milhões de discos e ultrapassando fronteiras geográficas que muitos artistas brasileiros apenas sonham alcançar.
Um aspecto notável foi o cenário impressionante, que uniu diversas telas LED para criar uma simbiose artística entre as músicas e os elementos visuais exibidos nos vídeos. Nas três primeiras canções, o fundo era adornado por um pano estampado com o logotipo da banda, remetendo à estética característica das bandas dos anos 80. No entanto, ao término da terceira música, esse pano foi retirado, revelando um imenso telão. Esse, por sua vez, se integrava perfeitamente às demais telas no palco, proporcionando uma experiência visual coesa e envolvente.
A adição do jovem Greyson Nekrutman à bateria demonstrou não apenas a habilidade da banda em se adaptar e evoluir, mas também em manter a energia e precisão que são a marca registrada do Sepultura.
O show começou com força total, com a performance energética das músicas “Refuse/Resist”, “Territory”, e “Slave New World”
As interações durante o show seguiram um roteiro bem definido, com Derrick Green e Andreas Kisser alternando-se em cumprimentos ao público e apresentações dos membros, evidenciando uma estrutura sólida da apresentação.
Na parte final do concerto, Kisser provocou o público com a promessa de tocar clássicos da banda, uma interação humorística que parece ser uma constante em suas apresentações. Mesmo num local não ideal para mosh-pits, o público foi convidado a participar durante “Escape to the Void” de “Schizophrenia” (1987), uma das músicas mais celebradas da noite.
A performance incluiu uma parte acústica com “Kaiowas”, seguida por um encerramento forte com um mix de clássicos e uma música mais recente. O bis, previsível mas não menos empolgante, contou com “Ratamahatta” e “Roots Bloody Roots”, faixas que ressaltaram a energia característica da banda.
Foto por Marcos L Magalhães
A despedida da banda foi marcada pela incerteza se este seria o último show em Porto Alegre, deixando aberta a possibilidade de futuras reuniões. O legado do Sepultura, como um dos maiores nomes brasileiros na música mundial, já deixa saudades.
A performance da noite foi uma mistura magistral de ferocidade e emoção, provando que o metal é, de fato, “uma coisa bem família”, como mencionado por Andreas Kisser. Foi uma noite que não apenas celebrou o legado do Sepultura, mas também reafirmou sua posição indelével na história da música.
Entusiasta por tecnologia, empreendedor por natureza, aprendiz e professor. Headbanger, fundador do Portal Arena Heavy e vocalista da banda Phornax.
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