A Rolling Stone divulgou sua aguardada lista com os 20 melhores álbuns de metal do ano (disponível aqui), destacando uma ampla gama de estilos, desde o black metal atmosférico até o metal experimental. Entre os escolhidos, alguns lançamentos se sobressaem por sua inovação, peso e capacidade de capturar a essência de suas vertentes.
Um dos destaques é “The Healer”, do Sumac. Ao longo de uma década, a banda se especializou em desconstruir as convenções do metal, criando paisagens sonoras abstratas e imprevisíveis. O álbum combina improvisação, feedback ressonante e riffs angulares, mostrando que o trio liderado por Aaron Turner continua disposto a desafiar seus ouvintes com uma abordagem artística e visceral.
Outro álbum notável é “Die Berge”, do projeto suíço Paysage d’Hiver. Criado por Tobias “Wintherr” Möckl, o disco é um mergulho sombrio e lo-fi no black metal atmosférico. Com composições longas e gélidas, o álbum se destaca por sua simplicidade melódica e sua fidelidade às raízes do gênero. Além de ser uma ode à paisagem invernal de Berna, Die Berge explora a narrativa contínua do misterioso Viajante, um personagem central na obra de Möckl.
Representando o peso e a energia do hardcore, Knocked Loose entra na lista com “You Won’t Go Before You’re Supposed To”, um álbum produzido por Drew Fulk que reflete o espírito combativo da banda de Kentucky. Misturando elementos de hardcore e metal, o disco se destaca pela intensidade de faixas como Suffocate, que conta com a participação de Poppy, e Slaughterhouse 2, que aborda questões de luta de classes.
No campo do metal “artístico”, o Unholy Altar (foto) aparece com “Veil of Death! Shroud of Nite”, um tributo aos primórdios do black metal. Em apenas três anos de existência, a banda de Filadélfia já produziu um álbum que é considerado um marco no estilo, com riffs crus, influências punk e uma estética visceral que remonta à essência do gênero. Faixas como Infernal Flesh mostram a habilidade do grupo em combinar melodia e atmosfera sombria.
Por fim, o Thou reafirma sua relevância no cenário com “Umbilical”, um álbum que resgata influências do grunge dos anos 90 e do hardcore dos anos 80. O sexto trabalho completo da banda louisianense mantém o peso e a densidade emocional de sempre, mas apresenta um som mais direto, como exemplificado na devastadora I Return as Chained and Bound to You.
Confira a primeira parte:
Rolling Stone elege os melhores álbuns de Metal do ano; confira a primeira parte
Confira mais cinco escolhas da revista:
14 – Unholy Altar, ‘Veil of Death! Shroud of Nite’
O Unholy Altar emergiu das profundezas do underground da Filadélfia há apenas três anos, mas seu álbum de estreia já é uma das produções mais deliciosamente sombrias a surgir na “Hostile City” nos últimos tempos. Veil of Death! Shroud of Nite é uma homenagem descarada aos primórdios do black metal, quando Satanás reinava, a influência do punk era evidente e a produção era uma preocupação secundária. O quinteto, com suas pinturas cadavéricas, abraçou a estética crua, sangrenta e repleta de correntes e couro preto, criando um som genuinamente old-school, sem bagagem reacionária. Canções majestosas e sepulcrais como Infernal Flesh, com sua atmosfera cortante e nuances melódicas, demonstram um entendimento brilhante do que torna o gênero tão especial. — K.K.
13 – Knocked Loose, ‘You Won’t Go Before You’re Supposed To’
Intenso, brutal e magistralmente produzido por Drew Fulk (Lil Wayne, Disturbed), You Won’t Go Before You’re Supposed To oferece tanto catarse em tempos difíceis quanto um convite para lutar de volta. Da vingança fervorosa de Suffocate (com participação de Poppy) ao tom de luta de classes de Slaughterhouse 2, o mais recente trabalho do Knocked Loose não é apenas um dos melhores discos de metal do ano, mas também de toda a sua carreira. Precisa de mais provas? Confira a apresentação da banda hardcore de Kentucky no Jimmy Kimmel Live! em novembro, onde o vocalista Bryan Garris alternou grunhidos porcos com os gritos de Poppy sob chuva, enquanto a plateia do estúdio mergulhava no mosh pit. — Brenna Ehrlich
12 – Sumac, ‘The Healer’
Algumas bandas se contentam em simplesmente tocar metal; outras, na linha de vanguardistas como Khanate, parecem decididas a desconstruí-lo, ver o que podem reconstituir a partir de seus pedaços dispersos. Poucos grupos são tão habilidosos nesse trabalho quanto o Sumac, que, ao longo de seus 10 anos de história, têm abraçado cada vez mais a abstração e a improvisação. Em seu mais recente trabalho, os veteranos do underground — incluindo Aaron Turner (Isis, Old Man Gloom) e Brian Cook (Botch, Russian Circles), junto ao baterista excepcional Nick Yacyshyn — apresentam suas paisagens sonoras mais desafiadoras até agora. Feedbacks ressonantes e ondas de anti-rock distorcido dão lugar a riffs brutalmente concussivos ou surpreendentemente angulares. The Healer é um exemplo de metal artístico — um monólito de audição inquietante que não economiza nem em peso, nem em riscos musicais genuínos. — H.S.
11 – Paysage d’Hiver, ‘Die Berge’
O projeto suíço de black metal Paysage d’Hiver tem explorado as profundezas gélidas da alma de seu criador, Tobias “Wintherr” Möckl, desde 1997, mas Die Berge marca apenas o terceiro álbum completo da banda. Também é o 14º(!) capítulo de uma narrativa contínua sobre um misterioso Viajante que permeia todos os lançamentos do grupo, de demos cult a EPs e LPs; desta vez, o tema é a morte. Inspirado pelas montanhas ameaçadoras que dominam a paisagem de Berna, terra natal de Wintherr, Die Berge entrega um black metal atmosférico, ríspido e de baixa fidelidade, que parece quase vintage em sua ortodoxia. Suas longas e lentas composições (Urgrund, por exemplo, se estende por 18 minutos gélidos) enfatizam uma simplicidade sombria e gelada que remete à segunda onda do gênero, com sutis melodias cristalinas brilhando ao fundo. O efeito geral é hipnótico, uma ode à desolação crua do inverno em um mundo que esquenta rapidamente. — K.K.
10 – Thou, ‘Umbilical’
Embora grande parte do trabalho recente do Thou em EPs, compilações e colaborações tenha enveredado por caminhos grandiosos ou góticos, Umbilical remonta a uma versão mais primitiva da banda. O sexto álbum completo dos louisianenses é uma homenagem vibrante ao grunge dos anos 90 e ao hardcore dos anos 80. Explora a relação do grupo com a mentalidade DIY (Faça Você Mesmo) que alimenta 20 anos de experimentação no sludge anárquico e cerebral. A vibração geral é barulhenta e inquieta, como um In Utero pirata tocado em um amplificador estalando dentro de uma igreja em ruínas. Ainda há momentos de peso incomensurável, como na arrastada I Return as Chained and Bound to You (felizmente, eles nunca perderão o fedor pantanoso da Louisiana), mas desta vez o Thou está mais interessado em rachar crânios do que expandir mentes. — K.K.
Maicon Leite atua como Assessor de Imprensa com a Wargods Press e é co-autor do livro Tá no Sangue!, e claro, editor do Arena Heavy!
Tags: Knocked Loose • Paysage d’Hiver • Rolling Stone • Sumac • Thou • Unholy Altar
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