Rolling Stone elege os melhores álbuns de Metal do ano; confira a primeira parte
Postado em 04/01/2025


A agressão pode ser curativa — é um fato que os fãs de metal, punk hardcore e música extrema conhecem muito bem. Não importa o que você tenha enfrentado no último ano, houve uma abundância de música ensurdecedora para servir como seu cadinho, uma fúria artística com o poder de transformar sua angústia em algo maior, algo melhor do que era. Essa raiva curativa alimentou o pós-Slayer de Kerry King, From Hell I Rise, o vanguardista The Healer de Sumac e You Won’t Go Before You’re Supposed To de Knocked Loose. E pulsou em grandes álbuns de High on Fire, Blood Incantation, Unholy Altar, Chat Pile e Huntsmen. Então aqui está uma “Coroa de Chifres”, para usar o título de uma música do Judas Priest, para os 20 melhores e mais barulhentos álbuns de 2024.

Abaixo, confira a primeira parte dos 20 melhores álbuns do ano eleitos pela Rolling Stone:

20 – Body Count, Merciless

Produzido por Will Putney (Fit for an Autopsy), o oitavo álbum do Body Count traz participações de luminárias do metal como Corpsegrinder, Max Cavalera e Howard Jones — mas a principal atração, como sempre, é o rapper Ice-T, que aos 66 anos ainda rima com a mesma atitude inabalável e senso de humor perverso que traz ao jogo há mais de quatro décadas. Faixas impactantes como The Purge, Psychopath e Drug Lords oferecem contos lúgubres de forma cartunesca, mas o ponto emocional central de Merciless é a impressionante reinterpretação de Comfortably Numb, do Pink Floyd, onde Ice lança um olhar frio sobre o estado atual da humanidade enquanto o guitarrista convidado David Gilmour se entrega a solos como se o futuro dependesse de cada nota. — Dan Epstein

19 – Tzompantli, Beating the Drums of Ancestral Force

Desde o apito de morte Mexica estridente no grito de guerra de abertura Tetzahuitl, Beating the Drums of Ancestral Force, do Tzompantli, imediatamente se destaca do grupo de death metal. O projeto de doom-death indígena da Califórnia, liderado por Brian “Bigg o)))” Ortiz, é um esforço de 10 músicos. Ortiz, que também toca na banda de hardcore Xibalba, explora algo muito mais pessoal no Tzompantli. Inspirado em sua herança indígena, muitas das letras do álbum são proferidas em rosnados de Nahuatl, e instrumentos tradicionais elevam as composições de doom-death, como no sombrio hino Chichimecatl. Fora isso, Ortiz e companhia seguem o plano mórbido traçado por nomes como Evoken e Coffins, com salvas lentas e pesadas de percussão que conectam as profundezas do death metal ao funeral doom. Escuro, brutal e ameaçador, Beating the Drums of Ancestral Force redefine o folk metal americano com brutalidade máxima. — Kim Kelly

18 – Battlesnake, The Rise and Demise of the Motorsteeple

Os australianos do Battlesnake ressuscitam o metal fantástico em The Rise and Demise of the Motorsteeple, um álbum curto, mas impactante, de oito músicas repleto de guitarras serradas, baterias pesadíssimas e vocais exagerados. O vocalista Sam Frank alterna entre os agudos de Rob Halford e os graves de Alice Cooper em faixas como Alpha & Omega e I Speak Tongues, enquanto canta letras que fariam Eric Adams, do Manowar, parecer realista. “Ouça o motor enquanto ele uiva e ruge/Alimente a chama sobre a cruz!”, brada Frank na faixa-título, uma canção de estrada apocalíptica que reforça o tema motociclista do álbum. A estrada para o inferno acaba de ganhar sua nova trilha sonora. — Joseph Hudak

17 – Darkthrone, It Beckons Us All…….

O Darkthrone será sempre lembrado como a banda que ajudou a direcionar o black metal norueguês para um minimalismo sombrio e implacável em clássicos dos anos 90 como A Blaze in the Northern Sky e Transilvanian Hunger. Mais de uma dúzia de álbuns e várias mudanças sonoras depois, a dupla agora opera completamente fora de subgêneros ou cenas. Em It Beckons Us All, eles mais uma vez apostam em riffs artisticamente elaborados que combinam o corte serrilhado do black metal com o chug primitivo do doom e outros estilos primordiais, renderizando suas criações metódicas com uma sonoridade retro gloriosamente pesada. Canções como Black Dawn Affiliation, onde o rosnado característico do guitarrista Nocturno Culto dá lugar aos vocais teatrais de Fenriz, ou a cuidadosamente elaborada The Bird People of Nordland, de sete minutos e meio, são imersivas e antigas, como emanações mofadas de uma cápsula do tempo do heavy metal. — Hank Shteamer

16 – Gouge Away, Deep Sage

Um dos momentos mais potentes de catarse musical do ano veio em The Sharpening, um destaque cáustico do terceiro álbum do Gouge Away, banda da Flórida que mistura rock atmosférico e melódico com uma agressividade pura e fervente. “O que é melhor do que um lápis novo?” pergunta a vocalista Christina Michelle em um murmúrio contido. Ela descreve o lápis sendo afiado e usado para apunhalá-la repetidamente no peito, então canta: “Você esperava que eu limpasse a bagunça”, sua voz crescendo até um grito feroz enquanto a banda explode em uma torrente de hardcore turbulento. Fazendo jus ao seu nome, tirado de uma música famosa pelo contraste dinâmico, a banda utiliza essa dualidade pesado-leve de forma brilhante ao longo de Deep Sage, construindo tensão antes de explodir em seu próximo e arrebatador clímax. — H.S.

15 – Whores., War.

Neste álbum, o trio de Atlanta entrega riffs pesados, desafia os odiadores e lança o que é, sem dúvida, seu trabalho mais coeso, robusto e satisfatório até o momento. Construindo sobre o impulso menos-sludge-mais-raiva de Gold (2016), o vocalista e guitarrista Christian Lembach destila barulho e vitriol contra seus inimigos, incluindo aquele que talvez o encare no espelho — “Isso/É como termina/Destruí minha vida/Porque eu não podia ceder”, ele uiva em Sicko. Enquanto isso, o baixista Casey Maxwell e o novo baterista Douglas Barrett mantêm tudo firmemente ancorado. Faixas como Malinches, Every Day Is Leg Day e a pós-hardcore Hieronymus Bosch Was Right trazem peso suficiente para manter uma legião de quiropráticos ocupados, e quando esse trio profano trava em um groove e entra no modo totalmente insano em Quitter’s Fight Song, boa sorte tentando não destruir sua casa. (O videoclipe dessa faixa, no qual a música da banda inspira membros de Red Fang, Gaytheist, Naselrod e Help a se enfrentarem brutalmente, quase parece um documentário da natureza.) — David Fear

Fonte: https://www.rollingstone.com/music/music-lists/best-metal-albums-2024-1235189635/body-count-merciless-1235189712/

 

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