Resenha do álbum “The Toxic Touch”, do God Dethroned

Postado em 29/10/2023

Após um bom tempo trabalhando na concepção e produção de “The Toxic Touch”, a banda holandesa deve ter se orgulhado de ter lançado o seu melhor trabalho até aquele momento. Não podemos esquecer do aclamado “Into the Lungs of Hell”, lançado em 2003, que foi um tremendo sucesso, mas “The Toxic Touch”, de 2006, é melhor em todos os sentidos. Desde a linda (e diferente!) capa, e claro, o som, pesado e bem definido, gravado no estúdio Soundlodge na Alemanha.

Uma característica interessante do álbum é a combinação de elementos melódicos e brutais. Enquanto o God Dethroned não abandonou seu som Death Metal característico, em algumas faixas a banda incorpora melodias sombrias que adicionam profundidade às composições. Isso cria uma variedade que cativa o ouvinte e mantém o álbum interessante ao longo de sua duração. Há bastante “groove” no decorrer das faixas, e as melodias de guitarra estão matadoras. As letras exploram temas sombrios, como a decadência da humanidade, o niilismo e a falta de fé. A voz do vocalista Henri Sattler transmite uma sensação de desespero que complementa perfeitamente a atmosfera do álbum.

“Faithless” é a intro perfeita para “Hating Life” começar o fim do mundo através do Death Metal, com uma letra depressiva, expressando que seria melhor morrer do que lutar, já que perdera todas as esperanças. O ritmo não é nem um pouco Doom, mas através dos riffs cortantes e o ódio nos vocais de Henri é expresso todo este sentimento. “2014” seria uma forma de o mundo acabar rapidamente, pois é bem rápida com uma pegada de bateria matadora, com “blast beats”. A instrumental “Away From Emptiness”, bem calma e sossegada, prepara o terreno para “Macabre World”, uma das melhores faixas do álbum, com arranjos matadores e clima épico.

De lá para cá o God Dethroned já lançou mais quatro álbuns e ao longo dos anos, a formação da banda passou por mudanças, com o guitarrista e vocalista Henri Sattler sendo o membro constante e líder da banda. Essa estabilidade na liderança contribuiu para a consistência e evolução do som do God Dethroned. Uma das características da banda é a capacidade de criar álbuns conceituais. O álbum “The Toxic Touch” é um exemplo disso, explorando temas sombrios e filosóficos com letras profundas e densas. Outro trabalho interessante é “Passiondale” (2009) um álbum conceitual que trata da Batalha de Passchendaele durante a Primeira Guerra Mundial. Esses álbuns mostram a habilidade da banda em contar histórias por meio de sua música e letras.

Track list: