Após o lançamento do estupendo “Public Glory, Secret Agony” e da saída de Frederica De Boni da banda, o White Skull passou por muitas mudanças. O vocalista Gus Gabarro teve que segurar as pontas por um tempo, mas fez isto com muita garra, tanto que os discos gravados com ele, inclusive este “The Ring of the Ancients”, são excelentes. Mas o público já havia se acostumado com a presença de uma mulher nos vocais, e me parece que o guitarrista Tony Fonto se ligou nisso e recrutou a vocalista Elisa de Palma para o lugar de Gus. As reviravoltas do destino fizeram com que Frederica voltasse ao grupo anos depois, retornando ao posto que nunca deveria ter largado. Questões de line-up a parte, vamos ao disco.
“The Ring of the Ancients”, lançado em 2006, é conceitual e fala sobre o povo celta. Anteriormente o grupo já havia lançado um disco sobre os vikings (“Tales From the North”), outro sobre Roma (“Public Glory…”), e um sobre a Inquisição (“The Dark Age“). A primeira faixa, “Ninth Night”, segue a pegada clássica do White Skull, com riffs rápidos e melodias marcantes. A letra descreve um antigo ritual, associado à prática de magia ou cultos pagãos, com o uso de fogueiras e símbolos secretos para invocar poderes ocultos e obter conhecimento mágico.
O estilo da banda é uma mescla de Metal tradicional com aquele Power metal germânico estilo Grave Digger, ou seja, uma sonoridade mais agressiva e direta. Dentre as faixas em destaque, temos “Guardians”, recheada de riffs rápidos, onde a letra vislumbra uma visão de tempos vindouros e sombrios, com campos queimando e crianças chorando, sugerindo uma profecia de desgraça iminente. Típico, não? É interessante notar também as influências de Iron Maiden, notadas principalmente nas linhas de guitarra da música “Head Hunters”. Além do estilo tradicional da banda há espaço para a instrumental “Tuatha De Danaan”, dedicada à deusa celta Danú.
Maicon Leite atua como Assessor de Imprensa com a Wargods Press e é co-autor do livro Tá no Sangue!, e claro, editor do Arena Heavy!
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