Resenha de “Subconscious Terror”, do Benediction
Postado em 13/11/2023


O final dos anos 80 e começo dos anos 90 viu surgir uma leva de bandas de Death Metal, vindas de todos os cantos do globo. Não pense que apenas a cena da Flórida (EUA) viu emergir tantos nomes, a Inglaterra foi responsável pela disseminação de uma vertente um pouco diferente, bem como o estilo sueco, mas todos elevando o “Metal da morte” a novos patamares.

Vindos da terra do Black Sabbath, a cidade industrial Birmingham, o “Benê”, como é conhecido, fez frente junto com o Napalm Death, Extreme Noise Terror, Carcass e Bolt Thrower, todos surgidos um pouco antes, porém com fortes laços de envolvimento entre si. Oficialmente formado em 1989, no mesmo ano lançaram a demo “The Dreams You Dread”, com quatro músicas, que mais tarde seriam reaproveitadas no LP “Subconscious Terror”. 

O primeiro lançamento oficial do Benediction, “Subconscious Terror”, de 1990, trouxe a banda mais madura, mas ainda sim um tanto quanto “podrona”, pelo fato da gravação estar muito oscilante. Independente disso, o que ouvimos aqui é um Death Metal privilegiando o peso e os vocais marcantes de Mark “Barney” Greenway, que entraria para o Napalm Death em seguida. A “intro” macabra nos faz pensar como seria o inferno, ou como o próprio título sugere, o portal para suas fobias. É curioso ouvir Mark usando efeitos em sua voz, ainda mais em clima tão “satânico”.

A faixa-título tem início com muito peso e andamento mais cadenciado, para depois cair numa velocidade estonteante, característica em comum em toda a discografia da banda. Em seguida, a clássica “Artefacted Irreligion”, perfeita para rodas violentas, irrompe os alto falantes, em uma fúria incontrolável. Outro grande clássico, Spit Forth the Dead” tem na velocidade sua arma mais eficaz. Ambas foram regravadas e lançadas no single “Wrong Side of the Grave”, cover da música homônima do The Accüsed, e logo após, incluídas como bônus em “Transcend the Rubicon”, de 1993. Com uma qualidade de gravação superior, era de se esperar que o material ficasse ainda mais mortífero… E foi o que aconteceu!

No geral, o track list apresenta uma coesão matadora, despejando riffs cavalares, cozinha consistente, e é claro, os urros indefectíveis de “Barney”, certamente um dos melhores dentro do seu estilo. Era apenas o início de uma grande carreira, que mesmo restrita ao underground, arrebatou milhares de fãs ao redor do mundo e continua a fazer a festa dos “deathmetallers”. Ah, não posso esquecer-me de elogiar a capa, simples, mas marcante.

Tracklist:

  1. Intro – Portal to Your Phobias
  2. Subconscious Terror
  3. Artefacted Irreligion
  4. Grizzled Finale
  5. Eternal Eclipse
  6. Experimental Stage
  7. Suspended Animation
  8. Divine Ultimatum
  9. Spit Forth the Dead
  10. Confess All Goodness

Formação:

Mark “Barney” Greenway – Vocal
Peter Rewinski – Guitarra
Darren Brookes – Guitarra
Paul Adams – Baixo
Ian Treacy – Bateria

 
Categoria/Category: Destaque · Resenha de Discos
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