Resenha de “Bark at the Moon”, de Ozzy Osbourne
Postado em 07/10/2023



Após dois discos de estúdio espetaculares, o Mr. Madman lançou este que é um dos melhores de sua carreira solo, sendo o primeiro disco após a morte do guitarrista Randy Rhoads. Na realidade, “Bark At The Moon” serviu principalmente para salvar a carreira de Ozzy, pois todos sabem que o abuso com drogas e álcool, e a perda de seu grande amigo quase que fizeram o príncipe das trevas desistir. Mas com o time de feras que a banda tinha, adicionando-se aí o fantástico Jake E. Lee (ex-Rough Cutt e um dos fundadores do Ratt) era impossível que o disco não fizesse sucesso.

E logo nos primeiros segundos, com a faixa título, Jake mostra suas habilidades com um riff marcante, acompanhado pela cozinha sempre consistente de Bob Daisley e Tommy Aldridge. Ozzy, com sua voz singular, interpreta a música com a classe habitual. “You’re No Different” vem em seguida, e pode ser classificada como uma semibalada, bem tranquila, porém não menos do que excelente. A música fala basicamente de como as pessoas gostam de acusar as outras, enquanto na verdade deveriam olhar para si mesmas e verem o quanto estão erradas. Na terceira faixa, “Now You See It”, o tecladista Don Airey (ex-Rainbow, hoje no Deep Purple) dá um show, assim como as batidas pesadas de Tommy dando base para os riffs matadores de Jake. Avaliar o disco em si revela que a banda estava afiada, e no sentido “metálico” da coisa, “Bark…” é pesado, como podemos ver na música “Rock’n’Roll Rebel” e em “Centre Of Eternity”, ambas arrasadoras.

Entretanto, fugindo bastante do peso, a linda balada “So Tired” deixa um clima romântico no ar, apesar de ser bem melancólica. As orquestrações contidas nela são de extremo bom gosto, e novamente Don Airey rouba a cena, tocando maravilhosamente bem. No track list normal do álbum ainda temos “Slow Down”, com um refrão marcante, e finalizando com “Waiting For Darkness”, repleta de andamentos, culminando com um solo de guitarra genial, mostrando que Jake foi uma escolha perfeita para substituir Randy.

Um fato curioso, é que na versão inglesa do disco, em vez da faixa “Slow Down” consta a música “Spiders”, depois lançada em um b-side. O single “Bark at the Moon” rendeu a Ozzy o primeiro hit de sua carreira solo, culminando numa apresentação do famoso programa “Top of the Tops”, fato este que já havia ocorrido nos tempos de Black Sabbath. Inclusive existe um fato curioso sobre o vídeo da música, pois quem toca bateria não é Tommy Aldrige, e sim o monstro Carmine Appice (Vanilla Fudge, entre muitos outros). O álbum foi produzido por Ozzy e Max Norman, e marcou uma mudança na direção musical do cantor, indo em direção a um som mais orientado para o Rock e comercial, mas sem perder a essência metálica.

No ano de 1985, Ozzy tocou no Brasil participando do Rock In Rio, justamente no tour de promoção do disco. Ao longo dos anos “Bark At The Moon” rendeu vários discos de ouro e platina, além de alguns relançamentos, incluindo mais uma faixa bônus, “One Up the “B” Side”. Embora tenha sido inicialmente controverso para alguns fãs, o álbum conquistou seu lugar como um clássico atemporal na discografia de Ozzy, demonstrando sua habilidade de evoluir musicalmente enquanto mantém sua aura sombria e carismática. Enfim, essencial em qualquer coleção que se preze.

Tracklist

Bark At The Moon
You’re No Different
Now You See It
Rock’n’Roll Rebel
Centre Of Eternity
So Tired
Slow Down
Waiting For Darkness

Formação:

Ozzy Osbourne – Vocal
Jake E. Lee – Guitarra
Bob Daisley – Baixo
Don Airey – Teclado
Tommy Aldridge – Bateria

Assista ao vídeo clipe de “Bark at the Moon”:

Ouça o álbum no Spotify:

 
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