
Produção: Arena Produtora e Ablaze Productions
Fotos: Cogumelo em Cena
No sábado, dia 20 de dezembro de 2025, no Bar Opinião, em Porto Alegre, não foi só o palco para a terceira edição do Phornax Fest; o evento, que reuniu em torno de 500 pessoas, foi uma declaração ao heavy metal e à cena independente.
Iniciando cedo, por volta das 18h, o Tierramystica sobe ao palco para seguir a divulgação do seu novo trabalho, o terceiro álbum “Trinity”, lançado mundialmente esse ano no Brasil, México, Itália e Japão.
Com o setlist focado no novo trabalho, a banda executou as faixas “Cosmovision”, “Eldritch War”, “Raindancer” e “Chaski Way”, mostrando um momento mais pesado e direto, sem nunca deixar de lado as influências e os instrumentos andinos, marca registrada desde o primeiro álbum “A New Horizon”, de 2010.

A banda formada por Guy Antonioli (voz), Ricardo “Chileno” Durán (voz e instrumentos folclóricos), Alexandre Tellini (guitarra) e Marcelo Caminha Filho (baixo) se mostrou entrosadíssima junto com o novo baterista Diego Dalla Porta, que havia feito a sua estreia com o grupo algumas semanas atrás, em um show em São Paulo.

Seguindo a noite, o festival teve o prazer de receber o Noturnall, de São Paulo, banda liderada por Thiago Bianchi (Karma, ex-Shaman) na voz, o prodígio Guilherme Torres, de apenas 22 anos, na guitarra, Saulo Xakol no baixo e Henrique Pucci na bateria.

A banda, conhecida pelo som pesado e rápido, fez um show também focado no seu último álbum “Cosmic Redemptation”, de 2023, mas sem deixar de tocar os clássicos “No Turn at All”, “Nocturnal Human Side” e “Sugar Pill”, do seu primeiro álbum auto-intitulado de 2014.

Com um show intenso e com muita pressão, as faixas “Try Harder”, “Reset the Game”, “Shallow Grave” e “Scream! For!! Me!!” foram apresentadas quase que sem intervalo, sempre com cada músico entregando o seu máximo. O único respiro do show foi na acústica “Shadows (Walking Through)”, focada no violão virtuoso de Guilherme e na voz intensa de Thiago.

Chegou a hora dos donos da noite: o Phornax subiu ao palco para apresentar as músicas que farão parte do seu primeiro álbum completo, a ser lançado no ano que vem, mas também trazendo convidados muito especiais que fizeram e ainda fazem parte da história do heavy metal no Brasil.
A introdução do show, que proclama um trecho da letra do último single lançado pela banda, “Hell’s Paradise”, chega como um aviso de que o show estava apenas começando, e Cristiano Poschi (voz), Deivid Moraes e Eduardo Martinez (guitarras), Sfinge Lima (baixo) e Maurício Dariva (bateria) estavam prontos para “incendiar” o Bar Opinião.
A banda soava mais segura, densa e pesada do que nunca, e a entrega do vocalista e líder Cristiano também, mostrando-se claramente emocionado pelo público que compareceu ao local, fazendo com que o festival fosse uma grande festa em homenagem ao heavy metal.
Seguindo o show com a faixa do EP “Silent War”, de 2011, “Dare of Destruction”, o vocalista Guy Antonioli (Tierramystica) voltou ao palco para dividir os vocais com Cristiano, ajudando em arranjos e harmonias no restante do show, ampliando ainda mais o impacto da música, trazendo mais intensidade à letra. Já em “Final Beat”, a presença confirmada da dançarina Aline Mesquita sempre acrescenta uma camada visual que transforma o palco, dando mais movimento e expressão corporal.

A sequência com “Silent War” e “Ghosts from the Past” manteve o peso firme, com riffs pesados e trazendo o estilo já consolidado pela banda, mesmo que elas tenham sido lançadas há mais de 10 anos.
Em “A Matter of Time” começam as participações especiais. Thiago Bianchi (Noturnall) e Alessandro Marques (ex-guitarrista do Phornax e compositor dessa faixa) sobem ao palco para a execução exclusiva dessa música, encaixando perfeitamente com o restante da banda etrazendo ainda mais melodia.

E é aí que as surpresas não param mais de surgir: “Fairy Tale”, clássico máximo do Shaman, é tocada com as participações de Thiago Bianchi, Fábio Laguna (Edu Falaschi e Hangar), Diego Porta Bella (Tierramystica) e Renato Osório (Atomic Elephant e ex-Hibria). O palco foi tomado pela magia e pela nostalgia que esse clássico carrega, com todos os presentes cantando junto. Vale destacar a performance de Cristiano, que a partir desse momento, cantou todas as músicas de maneira surpreendente, ainda mais se levando em conta que o Phornax não costuma executar covers, priorizando sempre seu repertório autoral.
Logo após, “Rebirth” do Angra, manteve esse sentimento no palco. Com Edu Falaschi (ex-Angra), Fábio Laguna, Renato Osório e William Schuck (Hibria), o palco se tornou um ponto de convergência para os músicos do passado e do futuro, em que uma música tão emblemática soava com força renovada e respeito absoluto à sua história.

Em “Call Me in the Name of Death”, do Hangar, a ligação foi ainda mais direta. A presença de Fábio Laguna e Eduardo Martinez (ex-Hangar) deixou isso ainda mais óbvio. Não se tratava de um cover, mas de uma homenagem prestada por quem fez parte dessa história. Cristiano e Guy cantaram a música como se não houvesse o amanhã, tornando esse momento ainda mais especial, principalmente para quem acompanhou o ano de 2007 quando a música foi lançada.
O encerramento do show foi com uma jam de “Run to the Hills”, do Iron Maiden, onde praticamente todos os músicos da noite subiram ao palco, prestando uma homenagem a uma das maiores bandas do gênero, e que certamente influenciou a todos. Vale ressaltar que, Edu Falaschi estava muito emocionado em participar do festival, se mostrando sempre muito feliz dentro e fora do palco.
O público que compareceu a essa noite participou da celebração de uma cena viva, construída coletivamente, sem protagonistas, apenas o heavy metal como ponto de encontro, que com certeza foi uma noite histórica.
Tierramystica:
Awakening
Cosmovision
Eldritch War
Raindancer
Vision of the Condor
Chaski Way
Noturnall:
Try Harder
No Turn at All
Reset the Game
Sugar Pill
Shadows (Walking Through)
Shallow Grave
Scream! For!! Me!!
Nocturnal Human Side
Phornax e convidados:
Introdução (Hell’s Paradise)
Hell’s Paradise
Dare of Destruction
Final Beat
Silent War
Ghosts From the Past
A Matter of Time
Fairy Tale (Shaman)
Rebirth (Angra)
Call Me in the Name of Death (Hangar)
Run to the Hills (Iron Maiden)

Colecionador de discos, apaixonado por shows e colaborador do Arena Heavy!
Tags: Edu Falaschi • Noturnall • Phornax • Phornax Fest III • Tierramystica
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