Noite de nostalgia para os fãs de Nightwish com show de Anette Olzon em Porto Alegre
Postado em 02/10/2025


Na noite de 24 de setembro, a capital gaúcha recebeu a sueca Anette Olzon, ex-vocalista do Nightwish, para um espetáculo intimista e ao mesmo tempo nostálgico no Teatro AMRIGS, um belíssimo espaço acolhedor com capacidade para 700 pessoas em formato de auditório. Para os headbangers na casa dos 40 anos, ter um lugar para curtir o show bem acomodado é um fator muito importante e conta ponto para a experiência, principalmente para quem passou o dia trabalhando. Ainda assim, uma parcela dos fãs marcou presença de pé na frente do palco para agitar junto com a banda.

O clima, enfim, era de expectativa, pois a ideia da turnê – promovida pela Estética Torta – era proporcionar uma verdadeira viagem ao período em que a cantora deu voz a clássicos dos álbuns “Dark Passion Play” (2007) e “Imaginaerum” (2011), numa época de renascimento para o Nightwish após a saída de Tarja Turunen.

Dito isso, é legal relembrar que a capital gaúcha tem longa relação com o Nightwish e suas vocalistas. Anette, inclusive, estava prevista para vir com a banda na turnê de “Imaginaerum” em 2012, mas após sua demissão foi substituída por Floor Jansen, que acabou se apresentando em Porto Alegre em dezembro. Pouco tempo depois, a mesma Floor voltou à cidade em 2014 com o Revamp. Além disso, Tarja Turunen passou por aqui diversas vezes em carreira solo. O Nightwish fez sua estreia em Porto Alegre no ano 2000 e retornou em outras cinco ocasiões, sendo a última há dez anos, na turnê de “Endless Forms Most Beautiful”. Nesse contexto, a apresentação de Anette serviu como um aguardado primeiro encontro da cantora com o público gaúcho.

O repertório passeou de forma equilibrada entre os dois discos que moldaram sua passagem pelo Nightwish. “Storytime” e “Ghost River” incendiaram a plateia, enquanto “Amaranth” e “Bye Bye Beautiful” fizeram os fãs cantarem junto. Músicas como “Eva”, “Turn Loose the Mermaids” (nunca tocada ao vivo pelo Nightwish) e “Meadows of Heaven” mostraram a faceta mais suave e emotiva da cantora, que soube aproveitar a acústica refinada do teatro para destacar seus dotes vocais.

O momento mais grandioso veio com “The Poet and the Pendulum”, interpretada com dramaticidade, arrancando aplausos. O encerramento, com “Last Ride of the Day” e a faixa-título “Imaginaerum”, deixou o público satisfeito com a ótima apresentação.

Anette, muito carismática, estava à vontade no palco, mostrando também muito entrosamento com os músicos que a acompanharam na turnê, os brasileiros Filipe Duarte (baixo e vocal), Sanzio Rocha (guitarra), Vithor Moraes (teclados) e Kiko Lopes (bateria). Sua voz, hoje mais madura, talvez não alcance com a mesma facilidade os agudos cristalinos de estúdio de quase 15 anos atrás, mas continua poderosa e mostrou segurança e emoção, qualidades fundamentais a todo músico que se preze.

O Teatro AMRIGS foi um acerto para esse tipo de apresentação. A configuração do local transformou o show em uma experiência quase exclusiva. O público, embora diminuto, mostrou-se atento e participativo, e comentários gerais indicam que uma nova turnê de Anette neste formato seria muito bem recebida novamente.

Dentre os momentos mais marcantes, podemos citar a presença do filho de Anette, que subiu ao palco para entoar com o público o apelido de “pastora” atribuído à sua mãe, devido às suas roupas, digamos, mais próximas de trajes evangélicos. Exagero… Seth, que acompanhou a mãe durante a turnê, ainda mostrou carinho aos brasileiros ao se enrolar na bandeira do Brasil – ação repetida por Anette – mostrando a forte conexão da cantora com os fãs e a experiência que seu filho deve ter presenciado nesta turnê.

Deixamos aqui um agradecimento especial à Clóvis Roman e à Estética Torta pelo credenciamento.

Por Cristiano Poschi
Fotos: Andreia Saneski
Edição e revisão: Maicon Leite

 

 
Categoria/Category: Destaque · Resenha de Eventos · Resenha de Shows
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