Neste sábado, 06 de abril, a cidade gaúcha de Frederico Westphalen será palco do festival Na Mira do Rock, que neste ano celebra duas décadas de história. Para comemorar esse marco, a produção do evento preparou uma noite especial, reunindo as bandas Best of the Beast (cover do Iron Maiden, com Bruno Sutter), Indexistt, Datavenia e Phornax para uma apresentação repleta de energia e muito som pesado.
O site ARENA HEAVY é um parceiro oficial do evento e está comprometido em fornecer ao público informações detalhadas sobre as bandas participantes. Para isso, disponibilizou entrevistas exclusivas com todas as quatro atrações antes da data do festival. Após publicar entrevistas com as bandas PHORNAX, DATAVENIA e BEST OF THE BEAST, agora é hora de conhecer um pouco mais sobre o produtor Luiz Nunes, idealizador do festival, também conhecido como “Fuga”.
Chegar aos 20 anos de um festival é um feito admirável. Como você descreveria a jornada até aqui e quais foram os principais desafios enfrentados ao longo dessas duas décadas de produção do festival?
É muito gratificante chegar até aqui. Como dizem: “passa um filme na nossa mente”. Devo citar a energia que sempre tivemos para executá-lo como um diferencial. A vontade de fazer acontecer fez os desafios ser em parte do processo, e de alguma forma ter o plano B sempre ajudou muito também (as vezes construímos inclusive o C) Algumas dificuldades foram pontuais, e citaremos no livro documentário que iremos lançar. Mas para dizer de uma das principais dificuldades: Ter um local para chamarmos de “nosso para a realização do evento, sempre foi nossa maior demanda. Falamos nesse sentido também, do custo/benefício.
Produzir eventos no interior gaúcho pode ser uma experiência diferente em comparação com áreas metropolitanas. Quais são os aspectos únicos e os desafios específicos de produzir um evento de heavy metal nessa região e como você os supera?
Como citei uma vez, pensar globalmente e agir localmente é o nosso diferencial. Estamos “longe demais das capitais”, mas temos garra e criatividade, eu diria ingredientes mágicos para fazer acontecer, mas nem sempre foi assim, o tempo e a prática nos prepararam. Completando: possuir um networking que atravessa regiões, foi crucial, para o pessoal voltar olhos e corações pros eventos que fizemos aqui, inclusive a “Mira do rock”.
Além disso, estar à frente de um programa de rádio em plena era digital pode apresentar desafios interessantes. Como você adapta o formato do programa às demandas e preferências do público contemporâneo, enquanto ainda mantém a essência e o espírito do metal? Como competir com playlists do Spotify e afins? O que faz um programa de rádio se destacar?
O programa sempre tem e teve participações, inserções que o tornaram ouvido, e nessa pegada acredito que a fidelidade a proposta nos fez continuar. Quem gosta de “surpresa boa”, aguarda sempre o que pode rolar: a arte do improviso! Temos playlists híbridas que agradam muita gente, praticamente todos os subgêneros do rock e metal rolam na Mira. Por fim, acredito que somos genuínos, isso “pesa”.
O que o motivou a criar o festival? Obviamente há a conexão com o programa de rádio, mas existem experiências pessoais ou inspirações que o levaram a embarcar nesse empreendimento?
Queria me envolver mais na música e tive este insight há muito tempo. Acho que quando era criança vi que a comunicação é algo de suma importância, aliado ao gosto musical específico e a lei do universo conspirando, não deu outra. E lógico, estava também no lugar certo e com as ferramentas certas quando surgiram as oportunidades. Tudo que faço no fim das contas é um sonho e uma missão e depois um negócio. Pelo menos até aqui: sobretudo o amor e o sentimento de agradecimento ao som nosso de cada dia fez tudo isso rolar/acontecer. O festival é uma forma de compartilhar a música que gostamos, o nosso combustível, e claro, instigar o artista que existe em cada um! Fortalecendo o gênero, nos realizamos!
Como você vê o papel do festival na cena musical local? Ele tem contribuído para o crescimento e desenvolvimento da comunidade de fãs e artistas de heavy metal de Frederico Westphalen?
Ele com certeza faz parte da engrenagem que move a galera que curte o metal. Tinha uma época que tínhamos uma loja focada no metal, um programa de rádio, um festival, uma cena. Hoje não temos tudo isso, mas ainda assim somos referência. E estamos prontos para os próximos capítulos sim.
Como é o processo de seleção das bandas que participam do festival? Nestas duas décadas muitas bandas passaram pelos palcos do evento, como o icônico vocalista Paul Di’Anno, primeiro vocalista do Iron Maiden, além de bandas como Scelerata (atual Rage In My Eyes) e o próprio representante local, Datavenia, que já fez parte do cast anteriormente. Quais foram os momentos mais marcantes até agora?
A seleção sempre foi muito intuitiva, conhecer “o que se vende”, o que atrai o público para um festival, demanda uma certa expertise. E quando não estamos muito certos buscamos o networking citado antes. E claro tivemos algumas seletivas ali o quesito técnico e ao mesmo tempo carisma teve sua importância. Sobre melhores momentos, com o Paul Di’Anno, no Na Mira V, acho que tivemos a maior resposta/reconhecimento, até então. Porém, são vários momentos, e, acredito que o público e as bandas, enfim todo pessoal envolvido, direta ou indiretamente, nesses 20 anos pode falar com sentimento e logo propriedade. E vai ter no livro isso tudo (risos).
Quais são os planos para o futuro do festival e do programa de rádio? Há alguma novidade ou mudança planejada que os fãs podem esperar nas próximas edições do evento ou nos próximos episódios do programa?
Estamos num fechamento de ciclo. Manteremos “algumas coisas”, mas outras virão, algumas surpresas bem legais. O livro citado antes é algo já iniciado. Pretendemos lançá-lo ano que vem.
O dia do festival está chegando e com ele muita adrenalina. Já organizei festivais e sei o quanto esta reta final significa. Como está a receptividade do público e a expectativa?
Realmente o frio na barriga sempre nos acompanha Maicon. E esse ano está bem perceptível a vontade do pessoal de estar junto. O line-up ficou demais. Sou suspeito falando. Mas os comentários dizem, sentimos a energia neles. E será uma bela celebração dos 20 anos do programa Na Mira do Rock, um momento épico. Quem estiver verá e ouvirá. Até lá, dia 06 de abril!
Saiba mais:
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Maicon Leite atua como Assessor de Imprensa com a Wargods Press e é co-autor do livro Tá no Sangue!, e claro, editor do Arena Heavy!
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