DANNY LILKER “não se arrepende de nada” após 40 anos no metal extremo
Postado em 02/01/2025


Após uma carreira de décadas no metal extremo, o veterano baixista Danny Lilker vive um momento de retrospectiva e transição. Aos 60 anos, ele celebra o relançamento de seu livro Perpetual Conversion, agora em uma edição especial com prefácio de Tomas Lindberg (AT THE GATES) e novas fotos que documentam sua trajetória no cenário musical. Recentemente, Lilker reuniu-se ao ANTHRAX para shows na América do Sul, revisitando o único álbum que gravou com a banda, A Fistful of Metal (1984), em uma experiência que ele descreve como “um ciclo completo”.

Desde que deixou o ANTHRAX nos anos 80, Lilker construiu uma carreira em bandas icônicas do metal extremo, como NUCLEAR ASSAULT, BRUTAL TRUTH e EXIT-13. Agora, ele se afasta das exaustivas turnês para adotar um estilo de vida mais tranquilo, longe da estrada. Em entrevista ao Blabbermouth.net, ele compartilhou reflexões sobre sua jornada, decisões de carreira e sua relação com a música e a indústria.

A segunda edição de Perpetual Conversion foi lançada para coincidir com os 10 anos da publicação original e o aniversário de 60 anos do baixista. “A ideia não era reformular o livro, mas adicionar algo que justificasse a nova edição. Pedimos ao Tomas para escrever o prefácio e incluímos uma seção colorida com fotos inéditas, como uma dos shows recentes com o ANTHRAX”, explica Lilker. O coautor Dave Hofer destaca a importância do momento: “O livro não estava disponível há cinco anos. Agora, ele retorna com um diferencial.”

Embora nunca tenha buscado uma posição comercialmente dominante no metal, Lilker admite que o cenário independente permitiu maior controle criativo. “Quanto mais alto você chega, mais se torna um produto. Trabalhar com gravadoras menores sempre foi mais alinhado com meu estilo”, afirma. Ele também recorda sua relutância em lidar com contratos e questões burocráticas: “Sou alguém que toca música com o coração. Quando você precisa se envolver em toda essa porcaria, perde a essência.”

Sobre o NUCLEAR ASSAULT, banda com a qual viveu seus primeiros anos de turnês mundiais, Lilker é categórico ao dizer que não há planos para novos shows. Ele descreve o encerramento da banda como algo natural, mas guarda um carinho especial pelo legado: “Sempre terá um lugar no meu coração. Fizemos tudo o que podíamos.”

Lilker também reflete sobre seu papel como uma espécie de cronista do metal. “Estive lá desde o início. Vi o VENOM e o METALLICA em Staten Island, em 1983. Não é para me gabar, mas apenas o fato de ter vivido isso me permitiu acumular muitas histórias e conhecimento.” Hofer corrobora, destacando a participação ativa de Lilker na cena underground, trocando correspondências e contribuindo com fanzines.

Agora, longe da estrada, Lilker abraça a estabilidade: “Viajei o mundo todo. Vivi coisas que poucos têm a oportunidade de vivenciar. Agora quero serenidade e estabilidade. Cheguei a um ponto em que estou curtindo envelhecer com graça.” Apesar de suas conquistas e legados, ele mantém a humildade que o caracterizou ao longo de sua carreira: “Não me arrependo de nada. Apenas quero paz.”

 

 
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