Benediction entrega seu álbum mais letal em décadas com “Ravage of Empires”
Postado em 24/06/2025


Quem viveu o auge do Death Metal nos anos 1990 sabe da importância do Benediction. Vindos de Birmingham, berço do Metal, o grupo construiu uma carreira sólida ao lado de nomes como Napalm Death e Bolt Thrower. Em 2025, mais de trinta anos após o fenomenal e clássico “Transcend the Rubicon” (1993), a banda retorna com seu nono álbum de estúdio, “Ravage of Empires”, e mostra que ainda tem muito a dizer.

O disco mantém a boa fase iniciada em “Scriptures” (2020), que marcou o retorno de Dave Ingram aos vocais após um hiato de 12 anos sem gravações. De lá para cá, o Benediction não teve descanso: caiu na estrada, tocou em festivais como Summer Breeze, Party.San e Obscene Extreme, e firmou a formação que entrega aqui seu melhor momento desde os anos 1990. Ao lado de Ingram estão os veteranos Darren Brookes e Peter Rewinsky nas guitarras — ambos membros fundadores — e a nova seção rítmica formada por Nik Sampson (baixo, desde 2023) e Giovanni Durst (bateria, desde 2019), que captaram a essência do som da banda com impressionante naturalidade.

Trabalhando mais uma vez com Scott Atkins no Grindstone Studio, a banda forjou em “Ravage of Empires” uma sonoridade encorpada, suja na medida certa e fiel às raízes britânicas do estilo. A produção não só atualiza os elementos clássicos do Benediction como os alinha à estética contemporânea do Death Metal tradicional — sem firulas, sem experimentos forçados, apenas riffs sólidos, vocais cavernosos e letras apocalípticas. Uma trilha sonora para os tempos apocalípticos que seguimos vivendo.

A faixa de abertura, “A Carrion Harvest”, já dá o tom: brutal, direta e arrastando o ouvinte para uma marcha destrutiva. Em seguida, faixas como “Crawling Over Corpses”, “Genesis Chamber” e “In the Dread of the Night” alternam momentos velozes com passagens mais cadenciadas que remetem à era dourada do Death Metal. Destaque absoluto para “Engines of War”, lançada como single e videoclipe, com pegada noventista e estrutura que gruda na memória. Já a faixa-título, “Ravage of Empires”, representa com precisão o conceito lírico do álbum: ruína, caos, insanidade e a falência dos sistemas — tudo embalado por riffs cortantes e vocais dilacerantes de Ingram, que, mesmo aos quase 60 anos, continua sendo uma das vozes mais inconfundíveis do gênero.

“Ravage of Empires” é um álbum coeso, honesto e feito sob medida para quem valoriza o Death Metal como ele foi forjado: brutal, direto e com personalidade. A química entre os membros veteranos e os “recém-chegados” mostra um Benediction revitalizado, com energia de sobra e plena consciência de seu papel histórico. Que venham mais álbuns com essa pegada!

Se tivesse saído em 1995, este disco talvez fosse lembrado hoje como uma sequência natural de “Transcend the Rubicon”. Mas chega em 2025 como um testemunho da longevidade e relevância de uma banda que nunca precisou sair dos trilhos para continuar letal. Basta ouvir e comprovar.

Confira o álbum do Spotify:

Assista ao vídeo de “Engines of War”:

 

 
Categoria/Category: Destaque · Resenha de Discos
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