Formada em Birmingham, Inglaterra, a cidade considerada o berço do Heavy Metal, terra do Sabbath e do Priest, o As The World Dies surgiu em 2018 reunindo músicos experientes da cena extrema britânica. Entre eles está o guitarrista Scott Fairfax, conhecido pelo seu trabalho no Memoriam e no Massacre, que assumiu a composição e a produção musical da banda desde os primeiros registros.
O grupo ganhou notoriedade no underground europeu com o debut “Agonist”, lançado em 2022, que chamou atenção por seu equilíbrio entre peso, melodia e uma abordagem mais atmosférica dentro do Death Metal. Com influências que passam por Bolt Thrower, Paradise Lost, Hypocrisy e Gorefest, a proposta da banda nunca foi soar puramente old school, mas explorar outras possibilidades dentro do gênero.
Com o lançamento de “Nebula” em 2025 pela Reaper Entertainment e no Brasil pela Shinigami Records, a banda dá um salto criativo importante, tornando-se uma das promessas do Metal extremo britânico contemporâneo.
Inspirado pelo asteroide “Apophis”, que passará próximo à Terra em 2029, o disco traz uma sensação de colapso. Não se trata de um álbum apocalíptico no sentido destrutivo tradicional, mas de um olhar mais existencial, sobre o fim, e a transformação que ele acarreta. Essa dualidade entre brutalidade e reflexão é explorada tanto nas letras quanto nos arranjos, que incorporam teclados sutis e texturas eletrônicas para expandir a sonoridade.
Gravado no estúdio Riff Central e produzido pelo próprio guitarrista e tecladista Scott Fairfax, o álbum tem uma produção moderna, limpa e encorpada. A mixagem e masterização foram conduzidas por Anthony Wall (conhecido pelo trabalho com o KK’s Priest).
O álbum abre com “Apophis”, que estabelece o clima sombrio e espacial do trabalho, com teclados dando a tônica logo de início. A música é curta e segue uma pegada mais lenta e pesada. Em seguida, “Consumed” entrega um ataque por vezes mais direto, com riffs afiados e mudanças rítmicas que mantêm o ouvinte atento. “Dark Oblivion”, faixa que ganhou videoclipe, é talvez o ponto de equilíbrio mais bem-sucedido do disco, alternando agressividade e texturas melódicas dissonantes com ótimos trechos de guitarras. Já “I Am The One” surpreende com a inclusão de pianos, criando um clima mais introspectivo. Outros destaques incluem “Playing God”, que lembra trilhas sonoras de distopias futuristas e tem um quê de Memoriam, e “Under a Dying Sky”, que constrói um clímax épico e melancólico antes do encerramento com “Final Resting Place”, uma faixa lenta, praticamente Doom.
Os integrantes da banda, que incluem também Chris McGrath (bateria), Jay Price (vocal), Bill Richmond (baixo) e Darren McGillivray (guitarra), optam por uma sonoridade que foca nos climas ao invés da velocidade característica do Death Metal. O resultado é um som lento e pesado, mas extremamente bem articulado em sua maior parte, embora em alguns momentos há passagens meio maçantes.
“Nebula” é uma evolução clara em relação ao debut “Agonist”. Ao apostar em uma abordagem mais conceitual, o As The World Dies apresenta um álbum relativamente sólido. Não é feito para qualquer ouvinte: exige uma atenção maior à sua temática e proposta. Se você busca um Death Metal contemporâneo com peso e uma atmosfera diferenciada, “Nebula” merece uma audição.
Track list do álbum:
- Apophis
- Consumed
- Dark Oblivion
- I Am The One
- Blind Destiny
- Playing God
- Voices Of Angels
- Under A Dying Sky
- Final Resting Place
Para adquirir o álbum:
https://www.lojashinigamirecords.com.br/p-9502013-As-The-World-Dies—Nebula
Confira o álbum do Spotify:
Assista ao vídeo de “Dark Oblivion”:
Maicon Leite atua como Assessor de Imprensa com a Wargods Press e é co-autor do livro Tá no Sangue!, e claro, editor do Arena Heavy!
Tags: As The World Dies • Reaper Entertainment • Shinigami Records
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