Artillery mostrou resiliência e relevância no Thrash Metal com “My Blood”
Postado em 18/11/2024


É sempre inspirador ver bandas veteranas mantendo a relevância em um gênero como o Thrash Metal, que ao longo das décadas experimentou momentos de auge e períodos de menor visibilidade. O Artillery é um ótimo exemplo disso. No final dos anos 1990, os dinamarqueses desempenharam um papel importante, ainda que indireto, no discreto retorno de bandas oitentistas ao cenário. Em 1999, com o álbum “B.A.C.K.”, a banda fez sua primeira volta à ativa, operando como um trio formado por Flemming Rönsdorf (vocal), Morten Stützer (baixo e guitarra, falecido em 2019) e Michael Stützer (guitarra), além do baterista convidado Per M. Jensen (The Haunted).

Após um hiato, o Artillery retornou com uma nova formação e um novo fôlego. Desta vez, a banda recrutou Søren Nico Adamsen, conhecido por seu trabalho no Crystal Eyes, como vocalista. Ele estreou com a banda no lançamento ao vivo “One Foot in the Grave, The Other One in the Trash” (2008), um CD/DVD que marcou uma nova era para o grupo. A química entre Søren e os membros Michael e Morten Stützer (guitarras), Peter Thorslund (baixo) e Carsten Nielsen (bateria) foi tão forte que os fãs mais antigos praticamente não sentiram falta das formações anteriores.

Em “My Blood” (2011), o Artillery deu continuidade ao impacto de “When Death Comes” (2009), consolidando sua identidade sonora com riffs poderosos e uma base rítmica sólida. O álbum mescla agressividade e técnica com faixas que vão do puro peso à melodia envolvente. Destaque para “Thrasher”, uma música explosiva que já se candidata a clássico, e “Ain’t Giving In”, que evidencia a potência vocal de Søren e as melodias criativas dos irmãos Stützer. Essa combinação de velocidade e sofisticação instrumental é de tirar o fôlego.

Além do conteúdo musical, a capa de “My Blood”, embora não seja lá das melhores, também merece menção, conectando-se diretamente à arte de “B.A.C.K.”. Se o disco fosse lançado hoje poderíamos dizer que a arte da capa foi feita com inteligência artifical. Musicalmente, cada faixa do disco é trabalhada com esmero, garantindo uma experiência sólida do início ao fim. Sem dúvida, “My Blood” é um capítulo digno de respeito na trajetória do Artillery, que segue hoje em dia apenas com o guitarrista Michael Stützer da formação original. De “My Blood” em diante o grupo já lançou quatro álbuns de estúdio, dentre outros registros.

 
Categoria/Category: Destaque · Resenha de Discos
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